Camionistas avisam que portagens no IP5 poderão acabar com algumas frotas

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Na acção desenvolvida hoje de manhã, a comissão conseguiu engrossar em uma centena o número de pessoas que, desde Abril passado, subscreveram o abaixo-assinado contra as portagens Luís Forra/Lusa

Os camionistas abordados pela Comissão de Utentes Contra as Portagens no IP5 (futura A25), que hoje de manhã procedeu a uma simulação das portagens na área de serviço de Mangualde, foram unânimes em afirmar que o eventual pagamento daquela taxa será prejudicial.

"Isto já está tão mal para os patrões nos pagarem um ordenado razoável que, se tiverem de pagar portagens, ainda vai ser pior", afirmou João Duarte, que acabava de chegar a Mangualde de Vigo (Espanha), uma viagem que habitualmente efectua cinco vezes por semana.

Segundo a comissão, caso as portagens já estivessem em vigor, João Duarte teria de pagar 14,70 euros pela passagem do seu pesado no IP5, entre Aveiro e Mangualde, a avaliar pelos preços cobrados noutras auto-estradas de Portugal.

"Com estes preços e a cobrarem portagens em todo o lado, qualquer dia a solução é parar a frota", disse, por seu turno, António Manuel, que viajava de camião entre Aveiro e Castelo Branco.

O camionista lembrou que em Espanha "há (estradas) nacionais que são como auto-estradas, onde não se paga nada".

"Lá só vai na auto-estrada quem quer. No caso do IP5 temos a EN16, que não pode ser considerada alternativa", frisou.

O porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens no IP5, Francisco Almeida, realçou aos jornalistas que, caso os camionistas optassem por viajar na EN16, "chegavam a S. Pedro do Sul e não passavam na ponte e, no Vale do Vouga, encontravam curvas que os obrigavam a fazer manobras".

Também entre Mangualde e Viseu, há uma ponte que não na qual não podem passar "veículos de mercadorias a partir de determinadas toneladas, porque está em risco", acrescentou.

"Com uma alternativa credível ao lado tudo bem. Nesta situação é uma medida desgraçada avançar com portagens", alertou.

Na acção desenvolvida hoje de manhã, a comissão conseguiu "engrossar" em uma centena o número de pessoas que, desde Abril passado, subscreveram o abaixo-assinado contra as portagens, que conta já com mais de 12 mil nomes.

Muitos condutores de veículos ligeiros também subscreveram o documento, nomeadamente aqueles que são obrigados a circular na via por motivos de trabalho.

"Acho mal, porque vamos gastar muito dinheiro. Já bastam os combustíveis, que estão cada vez mais caros", frisou Bruno Couto, que é vendedor e se desloca diariamente entre Viseu e Vilar Formoso, o que lhe custaria 5,50 euros em portagens.

Segundo Francisco Almeida, "a esmagadora maioria" das pessoas que hoje de manhã parou na estação de serviço de Mangualde (sentido Viseu-Vilar Formoso) subscreveu o abaixo-assinado e "apenas duas ou três, que viajavam em carros de alta cilindrada" disseram que não se importariam de pagar aquela taxa.