Grupo islamita nega ter reivindicado execução de "marine" norte-americano
“O comunicado que nos foi atribuído é infundado, apesar de considerarmos que a morte destes ímpios é um sacrifício de oferta a Alá. Todos os nossos comunicados são publicados no nosso sítio, os outros não nos dizem respeito”, lê-se numa nota assinada pelo “Departamento de Informação do Exército de Ansar al-Sunna”, publicado no sítio da organização fundamentalista na Internet.
Dois sítios islamistas publicaram ontem um comunicado que atribuíram ao grupo Ansar al-Sunna, no qual se anunciava a morte de Wassef Ali Hassun, um “marine” norte-americano, sequestrado no final de Junho na região de Falluja. “Informamos que se procedeu à decapitação do soldado dos “marines” de origem libanesa [Wassef Ali] Hassun e que em breve ireis ver com os vossos próprios olhos um vídeo”, lia-se no texto, com a assinatura do Ansar al-Sunna, publicado nos sítios Ansarnet e Qal3ah.net.
Já hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Beirute anunciou a execução do militar, dizendo que, apesar de ainda não ter sido encontrado o corpo, o cônsul luibanês em Bagdad tinha conseguido confirmar a informação. Contudo, o comando militar norte-americano voltou hoje a insistir que a sorte do militar permanece incerta. Também a família de Hassun garantiu não ter sido informada de qualquer desenvolvimento.
O sequestro do militar, a trabalhar como intérprete do 1º Corpo Expedicionário dos “Marines”, foi noticiado no dia 27 de Junho pela cadeia de televisão árabe Al-Jazira. Na altura, a estação divulgou um vídeo de Hassun, vedado e sob a ameaça de uma espada. O comunicado que foi enviado à estação – ameaçando matar o refém caso não fossem libertados todos os prisioneiros iraquianos – era assinado por um outro grupo, o Movimento da Resposta Islâmica.
Admite-se, por isso, que o refém esteja nas mãos de outro grupo armado, embora o comunicado do Ansar al-Sunna não desminta explicitamente ter sequestrado o “marine”. Para o exército americano, o Exército de Ansar al-Sunna é um de uma série de grupos que estão a perpetrar vários ataques pelo Iraque, tendo reivindicado um ataque suicida em Arbil, em Fevereiro, que matou mais de cem pessoas.
Os raptos de cidadãos estrangeiros, na sua maioria civis, tornam-se cada vez mais frequentes no Iraque. Um americano e um sul coreano foram decapitados nas últimas semanas.