Associação Portugal Livre de Drogas defende métodos terapêuticos

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Manuel Pinto Coelho acusa o Instituto da Droga e Toxicodependência de ter sucumbido à pressão da indústria farmacêutica DR

A Associação Portugal Livre de Drogas (APLD), que é apresentada amanhã, quer promover a ideia de que a toxicodependência se combate sem métodos de substituição.

De acordo com o presidente da APLD, o médico Manuel Pinto Coelho, pretende-se "promover a ideia de que a única forma de combater a toxicodependência é através de métodos terapêuticos, sem recurso a drogas de substituição".

A APLD será lançada amanhã, em Lisboa, após a sessão de apresentação do livro "Um Portugal livre de drogas - contributo para uma nova política de toxicodependência", de Manuel Pinto Coelho, especialista no tratamento da dependência de drogas através da abstinência com ajuda terapêutica.

"A associação nasce para contrariar a ideia instalada de que a droga veio para ficar e o único que há a fazer é limitar-lhe os danos", afirma Manuel Pinto Coelho. O médico acusa Fernando Negrão, responsável do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), de ter sucumbido à pressão da indústria farmacêutica e da Associação Nacional de Farmácias (ANF), ao abandonar o tratamento da toxicodependência em favor do uso das drogas de substituição, como a metadona e a buprenorfina.

Para Manuel Pinto Coelho, as drogas de substituição não tratam a dependência, apenas permitindo aos toxicodependentes ultrapassar os problemas da "ressaca", o que não constitui qualquer tratamento. "A dependência mantém-se", garante o médico, que acusa o IDT de manter milhares de toxicodependentes sem tratamento anos a fio, à custa das drogas de substituição.

Da nova associação fazem parte, como vice-presidentes, os deputados Fausto Correia (PS), Manuel Queiró (CDS-PP), Rui Gomes da Silva (PSD) e Fausto Pereira (PCP).

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