Médicos da Maternidade Alfredo da Costa em greve a partir de hoje
A greve começou às 00h00 de hoje e prolonga-se até às 24h00 de 28 de Maio, segundo o pré-aviso do Sindicato Independente dos Médicos (SIM). Os utentes podem contar com os serviços mínimos, nomeadamente na urgência, hemodiálise e oncologia.
Os médicos reclamam uma "definição clara por parte da tutela do projecto institucional que pretende para a MAC [Maternidade Alfredo da Costa] como importante unidade assistencial nas áreas da saúde da mulher e da criança". Estes profissionais pretendem que o Ministério da Saúde abra concursos para provimento das múltiplas vagas do quadro, resolva integralmente os vários concursos pendentes e mantenha na maternidade "todos os especialistas recém-formados".
"Os médicos querem que acabe a contínua saída de profissionais que se especializam na MAC para depois irem trabalhar para outras instituições", disse o secretário-geral do SIM, Carlos Arroz.
Entre as reivindicações, exige-se também pagamento do trabalho extraordinário efectuado na urgência pela modalidade única do regime das 42 horas semanais.
O presidente do conselho de administração da MAC, Jorge Branco, diz que o pagamento das horas extraordinárias já foi desbloqueado, mas o SIM garante que ficaram de fora os médicos do internato complementar.
O SIM reconhece que da parte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo existiu uma tentativa de resolução do diferendo, sem que, contudo, o "futuro da instituição fosse definido".
Sobre os possíveis efeitos da greve, o presidente do conselho de administração da MAC está preocupado mas assegura que "os utentes podem confiar na sua maternidade".
Fonte do gabinete do ministro da Saúde confirmou que foram encaminhados 320 mil euros para a MAC para pagamento das horas extraordinárias referentes a 2002 e 2003. A mesma fonte indicou que o orçamento da MAC para 2004 é o mesmo do ano passado (27 milhões de euros), a que foram acrescentados vários reforços.
Sobre a saída de profissionais especializados a tutela adiantou que, em 2003, foram formados dez obstetras (depois de concluírem o internato complementar) em todo o país. Na mesma data, existiam 40 pedidos de obstetras, 23 dos quais na região de Lisboa e Vale do Tejo. Dos três profissionais encaminhados para esta região, um foi para a MAC, que tinha solicitado dois. A instituição tem 46 obstetras no quadro, mais 17 contratados. Em 2003, nasceram seis mil crianças na Maternidade Alfredo da Costa.