Mafalda Ivo Cruz distinguida com Grande Prémio de Romance e Novela da APE
Mafalda Ivo Cruz foi escolhida pela quase totalidade dos elementos do júri. Margarida Braga Neves, Eduardo Prado Coelho, José Carlos Seabra Pereira, Júlio Moreira e José Correia Tavares votaram a favor. Apenas Maria Isabel Barreno preferiu "Os Papéis de K", de Manuel António Pina, para vencedor do prémio da APE.
"Vermelho" foi escolhido entre as 78 obras que concorreram à edição de 2003.
O Grande Prémio de Romance e Novela da APE, instituído em 1982 e que já distinguiu as obras de 19 autores diferentes, tem o valor pecuniário de 15 mil euros. Foram patrocinadores do galardão a Fundação Calouste Gulbenkian, o Instituto Camões, o Ministério da Cultura, a Sociedade Portuguesa de Autores, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, a Câmara de Grândola e a Torralta.
Conhecida a decisão do júri, Mafalda Ivo Cruz considerou o galardão um incentivo para continuar a escrever. "Não contava receber este prémio, até por ser o mais importante galardão de literatura nacional, mas sinto-me bastante contente. Por outro lado, o valor monetário é um estímulo para me continuar a dedicar à literatura, que é um ofício mal pago", declarou a autora à agência Lusa.
"Embora o dinheiro não seja fundamental, ele cria um espaço vital para o escritor se exprimir, dá-lhe outra liberdade, mais espaço e mais calma", sublinhou. Foi aliás com a ajuda de uma Bolsa de Criação Literária, atribuída em 2002, que escreveu "Vermelho".
Mafalda Ivo Cruz nasceu em finais dos anos 50, concluiu o curso de piano no Conservatório de Lisboa, foi bolseira do Governo francês durante três anos, em Paris, e dedicou-se ao ensino em Portugal e em França. É sobrinha do maestro Manuel Ivo Cruz.
Colaboradora de algumas publicações periódicas, caso do suplemento Mil Folhas, do PÚBLICO, da revista "Rodapé", da Biblioteca de Beja, ou da Colóquio-Letras, tinha já publicado "Um Requiem Português" (1995), "A Casa do Diabo" (2000) e "O Rapaz de Boticelli" (2002).