Estudos reforçam tese de que uso de "cannabis" aumenta risco de esquizofrenia

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O risco é maior se já existirem sintomas da doença ou se o consumo ocorrer antes dos 18 anos DR

Os novos dados fazem parte da actualização de um estudo internacional, datado de 2001, que o Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (Inserm) francês apresentou hoje, na abertura de uma exposição sobre a "cannabis", em Paris.

Segundo o Inserm, os estudos mais recentes "parecem mostrar que os riscos da esquizofrenia aumentam com o consumo da cannabis, em especial, com precocidade e o nível do consumo".

O Instituto sublinha, porém, que este estupefaciente é "apenas um numerosos factores de casualidade não necessária, nem suficiente, que pode conduzir ao aparecimento" da doença.

Os dados mais recentes mostram que "o risco de apresentar sintomas esquizofrénicos é superior quando o consumo da 'cannabis' ocorre na adolescência", havendo a possibilidade da "cannabis" ter uma "certa especificidade" que leva ao surgimento de problemas esquizofrénicos, "comparativamente a outras drogas recreativas".

O Inserm cita um estudo holandês recente que demonstra que a "influência do 'cannabis' é tanto maior quanto os sujeitos apresentavam sintomas prévios sérios".

Um outro trabalho de uma equipa neo-zelandesa sustenta que "o risco da esquizofrenia é superior no caso do consumo precoce, comparado com o risco existente nos sujeitos que começam a consumir aos 18 anos".

"Comparativamente aos sujeitos que consumiram 'cannabis' apenas uma ou duas vezes, os sujeitos que consumiram pelo menos três vezes entre os 15 e os 18 anos têm um risco quatro vezes superior de apresentar sintomas esquizofrénicos", adianta o instituto, citando aquele estudo.

Em contrapartida, nenhum dos estudos citados permite confirmar a teoria da progressão, segundo a qual o consumo de "cannabis" acarreta um risco de posterior uso de outras drogras, como a heroína.

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