SEF: Inspectores iniciam hoje greve às horas extraordinárias
Este protesto esteve agendado para 15 de Abril, mas o Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF (SCIFSEF) decidiu adiá-lo por duas semanas, "para dar tempo ao ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, para resolver o problema do pagamento", a única exigência que está na base das paralisações, disse à Lusa o presidente da estrutura sindical, Gonçalo Rodrigues.
Os inspectores SEF marcaram também uma greve total de quatro dias em Maio e outros tantos em Junho pelo mesmo motivo, paralisações que poderão provocar complicações no escoamento de passageiros nos aeroportos nacionais, numa altura em que são esperados milhares de turistas em vésperas e durante o Euro 2004 e o Rock in Rio - Lisboa.
Gonçalo Rodrigues disse à Lusa que o Governo já admitiu que pretende resolver o problema, mas uma vez que até agora a questão ainda não foi resolvida, o SCIFSEF decidiu agendar uma greve total ao trabalho para os dias 12, 13, 27 e 28 de Maio e 11, 12, 16 e 17 de Junho, cujo pré-aviso foi entregue quarta-feira.
O Ministério da Administração Interna (MAI) recusou esta semana comentar a anunciada greve dos inspectores para Maio e Junho, e que coincidirá com o "arranque do Europeu de Futebol de 2004, mas fez saber que "não fará concessões sobre pressão", tal como defendeu noutros conflitos laborais.
A partir de 10 de Maio, os inspectores do SEF vão fazer também uma greve às escoltas de cidadãos estrangeiros para fora de Portugal (expulsões) por tempo indeterminado, disse ainda o sindicalista.
"Quem vai determinar o fim das greves é o Governo, quando começar a pagar as horas extraordinárias em atraso desde Janeiro de 2002", afirmou Gonçalo Rodrigues, especificando que o valor em dívida ascende já a cerca de 2,7 milhões de euros (cerca de 550 mil contos).
O sindicalista afirmou que os inspectores já fizeram um dia de greve às horas extraordinárias em Janeiro de 2003 e 15 dias em Agosto e desmarcaram cinco dias de paralisação total nesse mês por terem tido garantias do ministro da Administração Interna de que o assunto ficaria resolvido, que não aconteceu até à data.
Gonçalo Rodrigues lembra que já quando tomou posse, em Março de 2002, o ministro da Administração Interna recebeu uma comissão sindical e prometeu resolver o problema.