Santa Catarina e Bica com acesso condicionado em 2004
Encontrar alternativas de estacionamento que garantam segurança é a grande preocupação dos autarcas das freguesias de Santa Catarina e S. Paulo, nas quais irão ser criadas, no início do próximo ano, zonas condicionadas de circulação - à semelhança do que já foi feito para o Bairro Alto e Alfama.A decisão de alargar à zona de Santa Catarina e da Bica os condicionamentos de trânsito concretizou-se anteontem, no plenário do executivo em que foi aprovado um contrato-programa com a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), que ficará responsável pela criação e implantação do sistema, orçado em 1,3 milhões de euros.Na reunião, o vereador António Abreu, do PCP, lamentou que estas medidas não sejam tomadas depois de já existirem alternativas ao estacionamento.Os presidentes das juntas de freguesia abrangidas saúdam a medida, que, segundo a EMEL, "deverá entrar em funcionamento nos primeiros meses de 2004, em Fevereiro ou Março", e requer o estudo de alternativas. Até porque o silo da Calçada do Combro só deverá estar pronto em Junho de 2004.Para Irene Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, "a maior preocupação é arranjar estacionamento para os moradores, porque o condicionamento vai retirar lugares. Em toda esta área estima-se que exista um défice de 500 a 600 lugares para os residentes". O presidente da EMEL, António Monteiro, diz que o número estimado é menor e ronda, no total, para toda a zona a condicionar ao trânsito, 400 lugares.Procurar alternativas será um trabalho a desenvolver nos próximos tempos, concorda António Monteiro. Recentemente foi criado um novo parque de estacionamento com 330 lugares na Rua D. Luís, por trás do IADE. Mas, diz Irene Lopes, "isso será uma aspirina. Estamos também à procura de espaços na Rua da Boavista e na Rua de S. Paulo. Além disso, pedimos à câmara que negoceie com a Carris para que o elevador da Bica passe a funcionar até às 22h e faça uma paragem a meio do percurso, para distribuir as pessoas". Há, porém, uma condição que é muito importante assegurar, para Irene Lopes, e também para Fernando Duarte, presidente da Junta de Freguesia de S. Paulo: a segurança dos parques, em particular os do Cais do Sodré e do Corpo Santo, onde actualmente se torna perigoso estacionar, por não existir vigilância suficiente."Esta situação de insegurança tem de ser alterada", afirma a autarca de Santa Catarina. Outra pretensão já apresentada à câmara diz respeito aos lugares de estacionamento avençados nos parques privados, a preços mais baratos para os moradores, tal como foi negociado pela câmara para o Bairro Alto e Alfama. O presidente da junta de S. Paulo sublinha que não será difícil fechar a Bica ao trânsito. O problema será encontrar alternativas de estacionamento, uma vez que actualmente a situação já é complicada. O autarca estima que na sua zona cerca de 200 carros possam ficar de fora, quando a área for fechada ao trânsito."Fiquei preocupado quando vi que no lote de novos silos anunciados pela câmara ficou de fora o parque de estacionamento que estava previsto criar na antiga escola da Rua de S. Paulo. E gostaríamos também que a câmara negociasse a possibilidade de estacionamento nocturno para residentes no parque da antiga escola Fernão Lopes", disse Fernando Duarte, que, numa assembleia de freguesia, já discutiu com moradores a questão dos condicionamentos de trânsito. "A segurança é a maior preocupação que revelam". Novas reuniões com os residentes "só deverão realizar-se quando já houver regulamento, que ainda não está feito, mas que não deverá diferir muito dos do Bairro Alto e Alfama", disse Fernando Duarte.Os limites desta nova zona de acesso condicionado são: para norte da Calçada do Combro, a área entre a Rua da Rosa e a Rua do Século, que passará a ser a fronteira; para sul da Calçada do Combro, a zona compreendida entre a Rua Marechal Saldanha e a Rua das Gaivotas, englobando a zona do jardim de Santa Catarina. A Rua de S. Paulo fica como fronteira (ver mapa na capa).