António Costa pede reserva nos comentários sobre libertação de Paulo Pedroso

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Para António Costa, "as instituições funcionam" e é dever de todos "deixá-las funcionar com serenidade" Daniel Rocha (PÚBLICO)

"O que eu peço aos socialistas é o recato do silêncio", disse António Costa, num comentário às declarações da secretária nacional do PS para as Relações Internacionais, Ana Gomes, sobre a prisão preventiva a que esteve sujeito o antigo porta-voz do partido, libertado na quarta-feira mediante termo de identidade e residência.

"Devemos viver a alegria que sentimos com confiança redobrada na justiça e com respeito nas emoções e sentimentos contraditórios que este caso desperta na sociedade portuguesa", acentuou o presidente do grupo parlamentar do PS.

Para António Costa, "as instituições funcionam" e é dever de todos "deixá-las funcionar com serenidade para que apurem toda a verdade". "Devemos saber honrar o testemunho de confiança e responsabilidade do próprio Paulo Pedroso e não contribuir de qualquer modo, ainda que involuntariamente, para o prejudicar", adiantou.

Ana Gomes disse esta noite não retirar "uma vírgula sobre o que disse no sábado", durante um almoço com militantes socialistas de Aljustrel. No encontro, a dirigente do PS manifestou estranheza por se desconhecer qualquer investigação da Procuradoria-Geral da República, depois de a revista francesa "Le Point" ter publicado um artigo em que envolve dois ministros portugueses em práticas pedófilas.

A socialista esclareceu nas suas declarações que desconhecia a presença de uma estação de rádio nesse almoço, mas agora que as suas declarações se tornaram públicas, assume-as pessoalmente. "A iniciativa é minha. A responsabilidade é minha. Antes de ser militante do PS, sou mãe, sou avó e uma cidadã que exige que toda a verdade sobre redes de pedofilia seja apurada até ao fim", afirmou.

A secretária nacional do PS voltou a suspeitar da existência de uma "urdidura", envolvendo Paulo Pedroso "e visando descredibilizar a justiça em relação ao processo de pedofilia".

"Não pode repetir-se o que se passou na década de 80 face às redes de pedofilia. Desta vez, doa a quem doer, a verdade tem de ser conhecidas e investigada até ao fim", disse Ana Gomes.