GNR no Iraque vai custar 427 mil euros por mês
Entre os dados novos que elvou está o valor mensal que o Estado português vai gastar com a permanência do dispositivo no Iraque. Serão 427 mil euros por mês para manter os 130 homens e mulheres naquela missão internacional. Quanto ao investimento em equipamento, o governante avançou com o valor de 7 milhões e 777 mil euros.
Figueredo Lopes fez questão de frisar que este número é inferior aos oito milhões previstos. O ministro reiterou ainda a sua convicção que a missão vai durar "entre 12 a 18 meses".
Sobre os atrasos no envio dos 130 elementos, justificou-o desta vez com a construção das instalações do quartel, na cidade de Nasiriya , onde vai ficar instalado o contingente. Confirmou as informações que davam como provável a partida para Novembro e explicou porquê: "No decurso da preparação fomos recebendo informação que o desejo do comando era que esta força se destacasse apenas quando estivessem prontas as estruturas de aquartelamento."
A data prevista para a guia de marcha já esteve marcada para Julho, Agosto e Setembro deste ano.
Figueiredo Lopes adiantou igualmente o valor do suplemento a que os militares destacados vão ter direito. Serão 2490 euros por mês, tanto para oficiais como para praças. O seguro de vida será também igual para todos.
Oposição desconfiadaA intervenção do ministro não descansou a oposição que se confessou tão preocupada como antes com o envio dos GNR. Entre outras razões, o socialista Vitalino Canas, lembrou a decisão do Governo inglês de Tony Blair em suster " a decisão de enviar polícias para o teatro de operações".
O socialista acusou ainda Figueiredo Lopes de ter perdido a credibilidade por causa dos sucessivos adiamentos na partida: "Quem avançou com tantas datas deixou de ser credível."
Já Alberto Martins, também do PS, preferiu questionar o ministro sobre qual o "direito penal que se aplica à GNR" durante a missão. Figueiredo Lopes respondeu que se aplica a legislação portuguesa e a do Tribunal Penal Internacional (TPI).
Quanto ao PCP, António Filipe disse estar desconfiado que o período de tempo da missão estaria "substimado". Lembrou que na Bósnia, o prazo da missão era de um semestre e acabou por ser uma década.
Por seu turno, Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, exigiu uma "lista de objectos comprados pelo Governo" através de ajuste directo na compra de equipamento. O ministro prometeu enviar esta semana todos os documentos.
O PSD reagiu às críticas salientando a decisão acertada do ministro em esperar no envio de tropas: "O envio será feito quando estiverem reunidas as condições", disse Francisco Martins. O CDS foi bem mais violento, acusando toda a esquerda de ser um "velho do Restelo" e de, com o seu discurso crítico, "não ajudar nada" à preparação psicológica dos militares. "Há um momento em que tem de fazer política, mas agora a mensagem, tem de ser de apoio", disse o deputado Nuno Melo.