Portugal fecha consulado em Hong Kong

O consulado-geral de Portugal em Hong Kong encerrou hoje oficialmente as portas, um mês depois de aquela representação ter deixado de atender o público, mantendo a funcionar apenas um balcão para entrega de documentos.

O consulado de Portugal em Hong Kong, que existe desde 1897, será o único posto da rede consular portuguesa fora da Europa a ser encerrado, depois de a oposição das comunidades portuguesas nas cidades de New Bedford e Providence (Estados Unidos) e de Curitiba e Porto Alegre (Brasil) ter levado o Governo a reconsiderar os planos iniciais de encerramento destas instituições.

A partir de amanhã, os cerca de 38 mil portugueses inscritos no consulado de Portugal em Hong Kong terão de ser deslocar a Macau para renovar documentos ou tratar de qualquer assunto relacionado com as autoridades portuguesas.

Apesar das 38 mil inscrições consulares, o cônsul-geral de Portugal em Macau, Pedro Moitinho de Almeida disse que o número de cidadãos portugueses na antiga colónia britânica não deverá ser superior a 15 mil pessoas.

Com o encerramento do consulado em Hong Kong, cinco dos oito funcionários ali destacados foram colocados na representação portuguesa de Macau, tendo os restantes seguido para missões noutros postos.

O cônsul João Matos Sequeira irá ocupar o lugar de ministro conselheiro na embaixada de Portugal em Pequim.

Ao longo do mês de Setembro, foram transferidos de Hong Kong para Macau todos os impressos, bilhetes de identidade, selos brancos, procurações e demais documentos que, por questões de segurança, tiveram de ser transportados em mão, devendo nos próximos dias chegar ao território a restante documentação consular.

O Governo português já determinou a criação de um consulado honorário que ficará dependente do consulado de Macau e cujas competências deverão ser definidas após a escolha da personalidade local que representará a comunidade de portugueses ali residente.

O encerramento do consulado-geral de Portugal em Hong Kong originou alguns protestos do sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas, bem como da deputada social-democrata eleita pelo círculo fora da Europa, Manuela Aguiar. Esta considera que a decisão do Governo português "é contra tudo o que é interesse de Portugal na região, a começar pelo interesse cultural, histórico e da comunidade portuguesa e a acabar nos interesses económicos do próprio país".

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