Percebe-se a urgência de Atom Egoyan em confrontar-se com a memória do genocídio arménio e enquanto gesto contra o esquecimento apetece ficar do seu lado. Mas "Ararat" não é senão a exposição da sua falha, talvez porque Egoyan quer dizer mais com o seu filme (o triângulo formado pela historiadora de arte, o seu filho Raffi e a namorada deste, o casal "gay", a sequência do interrogatório no aeroporto) do que realmente consegue, perdendo o rumo. Transitando entre dimensões temporais - a reconstituição histórica do genocídio, a reminiscência do pintor Arshile Gorky, e o presente - e sub-enredos, o canadiano de origem arménia Egoyan acaba por denunciar uma colagem forçada de ficções autónomas, mais do que uma espécie de memória partilhada do genocídio arménio.
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