O Central Park em números


Criação: 21 de Julho de 1853

Área: 340 hectares, o equivalente a uns 400 campos de futebol (seis por cento da área total da ilha de Manhattan)

Limites: A sul, a Rua 59; a norte, a Rua 110; a leste, a 5.ª Avenida; a oeste, a 8.ª Avenida (também designada por Central Park West). O parque ocupa uma área equivalente a 153 quarteirões nova-iorquinos.

Perímetro: 9,5 quilómetros é o que tem de se percorrer para dar uma volta completa ao parque.

Caminhos: há mais de 90 quilómetros de caminhos e trilhos para passear ao longo do Central Park.

Árvores: 26 mil

Bancos de jardim: 8968

Visitantes por ano: 25 milhões

Orçamento anual: 20 milhões de dólares

Custo: 14 milhões de dólares para comprar os terrenos e construir o parque. A preços actuais, o custo seria de 260 milhões de dólares. O preço pago pelos EUA para comprar o estado do Alasca à Rússia em 1867 (a preços actuais) foi de 130 milhões de dólares.


Pulmão Verde de Nova Iorque faz 150 anos

Foto
O Central Park e os seus 340 hectares ocupam uma área maior que o Mónaco, numa zona em que o imobiliário atinge dos preços mais altos do mundo DR

Há século e meio, os burgueses de Nova Iorque decidiram que a sua cidade, para se poder comparar com metrópoles europeias como Londres ou Paris, precisava de um grande parque urbano.

A 21 de Julho de 1853, a assembleia municipal aprovou a compra dos terrenos e a instalação de um espaço aberto a todos os nova-iorquinos, nos moldes do londrino Hyde Park. Essa data ficou como o aniversário oficial do Central Park, que amanhã comemora 150 anos.

Com centena e meia de anos, o Central Park está de boa saúde. Depois de tempos difíceis de incúria e abandono nos anos 60 e 70, o parque desfrutou de uma remodelação que faz dele o grande centro de descontracção dos nova-iorquinos. A qualquer dia da semana, milhares e milhares de habitantes da maior cidade da América percorrem os caminhos do Central Park.

O projecto para o Central Park saiu de um concurso em 1857, cujos vencedores foram o arquitecto Calvert Vaux e o paisagista Frederick Law Olmsted. Parte do terreno proposto estava vazio, mas a maior parte era ocupada por quintas ou por habitações - até à data oficial de criação do parque, houve grandes batalhas imobiliárias. Mais de 1600 pessoas foram desalojadas.

A construção do parque demorou 16 anos, mas o resultado beneficiou muitas gerações de nova-iorquinos. Há parques maiores em Nova Iorque, mas nenhum tão popular e tão acessível. Com alterações mínimas, os limites do parque mantêm-se até hoje. Os 340 hectares do Central Park ocupam uma área maior que o Mónaco, numa zona em que o imobiliário atinge dos preços mais altos do mundo.

A revista "Town & Country" descreve os prédios da 5.ª Avenida com vista para o parque como "o melhor endereço do mundo". O desejo de viver perto do parque fez disparar os preços das imediações para níveis estratosféricos (um milionário britânico pagou recentemente 45 milhões de dólares por um andar com vista para o Central Park).

A estratificação social da cidade reflecte-se no parque. No seu extremo sul ficam clubes privados hiperelitistas e hotéis dos mais caros do mundo; a norte fica o bairro (tradicionalmente pobre) do Harlem. A parte sul do parque é visitada sobretudo por nova-iorquinos brancos e ricos; o norte por negros e hispânicos pobres.

Mas estas considerações são muito genéricas. Nova-iorquinos de todas as raças e contas bancárias juntam-se no parque. Este é, escrevia recentemente a revista "New York", "o espaço mais democrático da cidade".

Os nova-iorquinos afluem ao Central Park para passear a pé, de bicicleta, de carruagem ou correr (o reservatório, grande lago no centro do parque, é particularmente popular entre os "joggers"). Vão aos rinques de patinagem, aos parques infantis e aos campos de ténis, basebol ou basquetebol.

Os esquilos e as novas centopeias

Muitos vão apenas para se estender num dos vários relvados ou sentar-se num dos cerca de nove mil bancos do parque. Mas há também inúmeras subculturas que se reúnem no parque: os patinadores "disco" junto do "grande relvado", os fãs dos concertos ou espectáculos de arte performativa espontâneos, os grupos esctáculos organizados, sobretudo no SummerStage (um pequeno palco para pequenos concertos gratuitos), mas também da Filarmónica de Nova Iorque, produções de ópera e teatro (entre as quais uma produção anual de uma obra de Shakespeare) ou até grandes concertos rock. O ponto alto das comemorações dos 150 anos era um espectáculo do cantor italiano Andrea Bocelli no "grande relvado".

O Central Park já teve uma reputação de perigo entre os nova-iorquinos, mas sem justificação. Apesar de alguns crimes terem atraído grande atenção mediática, a violência no parque foi sempre inferior à do resto da cidade. Hoje em dia, circular pelo Central Park é perfeitamente seguro.

O Central Park tem uma fauna e uma flora ricas. Estão lá representadas 275 das 800 espécies de pássaros nativas da América do Norte. O parque tem um jardim zoológico com mais de cem espécies de três zonas climáticas (pólos, trópicos e Norte da Califórnia). Mas os animais favoritos dos visitantes são os esquilos, que estão por toda a parte. E o parque é tão grande que a sua vida animal continua a ter surpresas: no ano passado, foi lá descoberta uma nova espécie de centopeia.

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