Isaías Samakuva é o novo presidente da UNITA

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Samakuva (ao centro) recebeu mais de mil votos dos congressistas Miguel Souto/Lusa

Isaías Samakuva foi hoje eleito por larga maioria presidente da UNITA, no último dia do congresso do partido a decorrer nos arredores de Luanda.

De acordo com resultados obtidos pela Lusa, o antigo representante da UNITA em Paris e Londres, de 57 anos, recebeu os votos de 1067 delegados ao IX Congresso do Galo Negro, destinado a encontrar um sucessor de Jonas Savimbi, o histórico líder do movimento, morto em Fevereiro do ano passado.

Paulo Lukamba "Gato", que assumiu a liderança interina da UNITA, recebeu o apoio de 277 delegados, enquanto Dinho Chingunji, o mais novo dos três candidatos, não foi além dos 25 votos.

Lukamba Gato, através de Marcial Dachala, já reconheceu a vitória de Samakuva, a quem desejou felicidades.

Numa primeira reacção à sua eleição, Samakuva prometeu lutar por um partido unido, coeso e transparente, apostado em ser uma alternativa ao poder em Angola. "Primeiro, vou dar grande prioridade à unidade e coesão do partido, porque precisamos de manter acima de tudo o partido unido, bem como arranjar formas de mantê-lo dinâmico e activo, para desempenhar cabalmente o seu papel, como organização de oposição", afirmou, em declarações à Lusa.

"Ao mesmo tempo, temos de nos preparar para as eleições gerais, que creio poderão acontecer brevemente no país, dentro de um ou dois anos", acrescentou. Questionado sobre quais os projectos que tem para o partido,Samakuva respondeu que irá seguir o programa debatido nos últimos dias pelos delegados ao congresso.

Regressado há meses a Angola, depois de ter passado os últimos anos como representante da UNITA em Paris, Samakuva apresentou a sua canddatura como uma aposta na reunificação e modernização do movimento, encerrando a página aberta com a morte do fundador.

Samakuva, filho de uma das famílias mais tradicionais de Angola, aderiu à UNITA em 1974, tendo sido uma director de gabinete de Jonas Savimbi nos anos 80 e posteriormente o representante do movimento na Comissão Conjunta para a Implementação do Prolotocolo de Lusaca. A actuação nesta comissão valeu-lhe ser visto dentro da UNITA como o “homem da paz”, apesar de nunca ter deixado de estar ao lado de Jonas Savimbi.

Em entrevista ao PÚBLICO afirmou recentemente que a sua principal preocupação passa pela instauração de um sistema verdadeiramente democrático e transparente no partido.

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