Figueira da Foz: novo sistema triagem atende 56 doentes em quatro horas

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Com o novo sistema, a velocidade do atendimento é determinada pela gravidade do caso clínico Fernando Veludo

Nas primeiras quatro horas de funcionamento do novo sistema de triagem de doentes na urgência, adoptado hoje no Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), foram atendidos 56 doentes, na maioria dos casos situações pouco urgentes.

Com o novo sistema, conhecido por Protocolo de Manchester, a velocidade do atendimento é determinada pela gravidade do caso clínico, o que na prática representa que os casos menos graves esperem mais tempo para ser atendidos.

O HDFF é o sétimo hospital no país a adoptar o Protocolo de Manchester, cerca de dois anos e meio depois do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) e Santo António (Porto) terem estreado o modelo em Portugal.

O novo método de triagem faz com que os doentes, até aqui atendidos na urgência por ordem de inscrição, passem a ser recebidos por um profissional de saúde, que identifica a prioridade clínica e define o tempo recomendado até à observação pelo médico, atribuindo a cada caso uma cor.

O vermelho respeita a casos que têm de ser atendidos imediatamente, enquanto o laranja define situações muito urgentes, a serem atendidas num período de dez minutos.

O amarelo representa uma situação urgente, com um período de espera de 30 minutos a uma hora até à observação pelo médico e a cor verde - a maioria dos casos verificados hoje no HDFF - refere-se a situações pouco urgentes, em que o atendimento pode chegar a demorar duas horas.

Por último, a cor azul significa que o doente não é urgente, podendo ter de aguardar cerca de quatro a cinco horas para ser atendido.

O hospital da Figueira da Foz pôs em prática o sistema hoje de manhã, tendo sido atendidos 56 doentes ao longo de quatro horas: "Predomina a cor verde (pouco urgentes) e depois o amarelo (urgentes)" afirmou à agência Lusa Amélia Pereira, directora do serviço de urgência da instituição.

O serviço de urgência registou naquele período apenas um caso "vermelho", enquanto os azuis, considerados não-urgentes, foram, segundo Amélia Pereira "em número bastante inferior" aos restantes.

A responsável do serviço de urgência considera que o sistema "está a funcionar dentro dos critérios estabelecidos"."Os laranjas e amarelos estão dentro dos limites de 10 minutos a uma hora e nos verdes e azuis o atendimento até está a acontecer bastante mais cedo", frisou.

Questionada acerca da reacção dos utentes ao novo sistema de triagem, Amélia Pereira sublinhou que "em geral, estão a reagir bem".

"A maior parte já tinha ouvido falar na comunicação social, houve um ou outro que reclamou a novidade, mas depois de ser explicado como funciona o sistema, aceitaram bem", acrescentou.

O HDFF escolheu um domingo para pôr o sistema em funcionamento, segundo Amélia Pereira "pela necessidade de afinar processos".

"Hoje havia também maior disponibilidade de algumas pessoas (profissionais de saúde) que quiseram acompanhar o início do novo sistema, foi uma espécie de ensaio geral ", referiu.

Já António Guardado, presidente do Conselho de Administração do HDFF, ouvido pela Lusa, afirmou que o novo sistema de triagem "comparado com a triagem tradicional, parece que resolve".

Embora escusando-se a comentar "questões técnicas", o responsável hospitalar considerou que "comparando um método e outro, parece que este funciona melhor", concluiu.

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