Cientistas anunciam descodificação completa do genoma humano

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Cientistas de seis países decifraram a sequência do genoma humano e confirmam que o homem tem cerca de 30 mil genes, apenas mais um terço do que organismos muito menos complexos como, por exemplo, a lombriga, e pouco mais do dobro dos que compõem a mosca do vinagre.

Os cientistas do Projecto Genoma Humano (dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Japão e China) anunciaram que conseguiram já decifrar 99,99 por cento do genoma humano, mais de 90 por cento do qual tinha sido já cartografado até 2001.

Decifrar o genoma humano significa ir ao âmago da estrutura em hélice do ácido desoxirribonucleico (ADN), em cuja longa cadeia se escondem os milhares de genes que contêm as instruções para o funcionamento do ser humano.

Também chamado de "livro da vida", o mapa genético abre novas portas para o conhecimento do ser humano, nomeadamente sobre doenças, mas os cientistas avisam que a evolução será lenta. Espera-se que nos próximos dez anos o conhecimento do genoma possa começar a ser aplicado na medicina. A diabetes e algumas formas de cancro podem ser os primeiros alvos, mas uma nova medicina, direccionada para os genes, só aparecerá a longo prazo, explicava em 2001 o cientista Francis Collins, director do Projecto Genoma Humano.

Foi em Junho de 2000 que a Celera Genomics e o consórcio público do Projecto Genoma Humano conseguiram descodificá-lo e rascunhá-lo pela primeira vez. A 12 de Fevereiro de 2001 foi anunciada a publicação da análise da sequenciação do genoma humano. A Celera apresentava uma sequenciação de 95 por cento dos três mil milhões de partes de letras que compõem o genoma humano. O consórcio que reúne investigadores e instituições financiadas com dinheiros públicos considerava ter pronta 94 por cento da sequência.

"Não se deve esperar avanços muito importantes, mas é indiscutível que iniciámos um dos capítulos mais excitantes do livro da vida", indicou hoje em comunicado Allan Bradley, professor do Wellcome Trust Sanger, instituto britânico que integrou a equipa que completou a descodificação do genoma.

Ainda assim, o Projecto Genoma Humano já ajudou os cientistas a descobrir uma mutação genética que provoca um tipo mortal de cancro na pele, bem como agilizou a investigação sobre os genes envolvidos em patologias como a diabetes, a leucemia ou o eczema.

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