Iraque: Alta Autoridade lembra necessidade de rigor informativo
Numa posição aprovada hoje por unanimidade, a AACS reconhece também que a cobertura informativa de uma guerra "em directo" coloca "questões de crescente complexidade para o efectivo exercício dos direitos de informar, de se informar e de ser informado".
Há nomeadamente, lembra, acesso condicionado ao teatro das operações e às fontes, há contra-informação e há utilização estratégica do trabalho dos media.
Ainda assim, e consciente das "dificuldades da cobertura jornalística" e dos riscos que os correspondentes correm, a AACS chama a atenção para a necessidade de, em nome do rigor, ouvir as diversas partes ou, quando isso não é possível, que isso seja referido.
Em 13 alíneas, a AACS chama nomeadamente a atenção para que não se deve hierarquizar ou subalternizar fontes, que as imagens já transmitidas ou de arquivo devem ser identificadas, e que deve haver clara distinção entre opinião e notícia.
Se um comentador pode tomar partido "não o pode fazer o jornalista quando veicula a notícia", lembra a AACS, que é contra a descrição lúdica e espectacular da guerra esquecendo o seu lado trágico, e que critica também o uso de "lemas, grafismos ou sonorizações" que configurem uma aproximação a uma das partes.
Os media devem evitar ainda imagens ou outros documentos que afrontem a dignidade de civis e de militares, quer como combatentes quer como prisioneiros, e enquadrar a cobertura do conflito, respeitando "o direito à informação e a inteligência dos detentores desse direito".