Morreu José Barros Moura

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José Barros Moura PÚBLICO

O ex-deputado socialista José Barros Moura faleceu hoje em Lisboa, vítima de doença prolongada.

Barros Moura, 58 anos, estava internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse à Lusa um amigo do ex-eurodeputado.

Da esquerda à direita, todos são unânimes em distinguir o político Barros Moura como personalidade de referência na vida partidária nacional. Dedicou 27 anos da sua vida política ao PCP, do qual foi expulso em 1991 por divergir da estratégia seguida então pelo partido. O seu próximo passo foi aderir ao PS.

Pina Moura, ex-ministro do Governo socialista e antigo colega no PCP e na Plataforma de Esquerda, considera que Portugal perdeu hoje um grande democrata, reconhecendo a frontalidade e a coragem do eurodeputado.

Carlos Brito, que também foi obrigado a sair do PCP por discordar da sua condução política, sublinhou a "extrema honestidade e rectidão" de Barros Moura, lembrando-o como um homem de grande entrega à democracia. Idêntica opinião tem o comunista Carlos Luís Figueira, que diz ter-se perdido um "grande activista" que "gastou todas as energias quer no combate ao fascismo, quer na estabilização da democracia".

Miguel Portas, hoje do Bloco de Esquerda, lamentou a morte de Barros Moura, afirmando que se trata de uma "perda inestimável para a democracia portuguesa". O líder do PCP, Carlos Carvalhas, endereçou as condolências à família, em nome do partido, manifestando "tristeza" pela morte do ex-eurodeputado, tendo-o recordado como "um democrata, anti-fascista e um lutador das causas sociais".

Do CDS-PP, o secretário-geral do CDS-PP, Mota Soares, enalteceu o percurso político de Barros Moura, "que sempre foi um homem de esquerda e fiel às convicções que o orientaram a vida inteira".O social-democrata Arlindo Cunha, colega de Barros Moura no Parlamento Europeu, evidenciou a "excelente relação de trabalho" que tinha com o ex-eurodeputado socialista, um político que tinha "um campo de interesses quase universal e uma visão global das questões europeias muito própria".

O antigo reitor da Universidade de Coimbra, Rui Alarcão, recordou Barros Moura como "excelente aluno, muito inteligente e de grande empenhamento". Para Manuel Alegre, que conheceu Barros Moura nos anos 60 em Coimbra, o deputado detinha "grande capacidade política".

O funeral de José Barros Moura realiza-se quarta-feira, ao princípio da tarde, para o cemitério do Alto de S. João. O corpo do deputado socialista vai ser trasladado para a Basílica da Estrela à tarde, e não durante a manhã como inicialmente fora indicado.

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