Quinze adoptam texto comum e reafirmam importância da ONU
Como já tinham defendido numa cimeira extraordinária sobre a crise iraquiana, realizada a 17 de Fevereiro, os Quinze salientam que "as Nações Unidas devem continuar a desempenhar um papel essencial durante e depois da actual crise".
Os países-membros da UE advogam "um mandato firme" da ONU na perspectiva do pós-guerra, sem mencionar explicitamente a reconstrução do Iraque.
O documento sublinha ainda o compromisso da UE para com "a integridade territorial, soberania, estabilidade política e desarmamento integral e efectivo do Iraque, bem como o respeito pelos direitos do povo iraquiano".
A UE diz estar "determinada a desempenhar um papel activo" no domínio da ajuda humanitária e a prestar apoio à proposta do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, visando o programa Petróleo por Alimentos.
A Comissão Europeia, que pediu hoje o desbloqueio urgente de cem milhões de euros para as vítimas da guerra no Iraque, deverá ter uma reunião especial sobre ajuda humanitária amanhã, anunciou o presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi.
"Apelamos a todos os países da região a absterem-se de qualquer acção porque tal poderá levar a um aumento da instabilidade" regional, declarou à imprensa Costas Simitis, primeiro-ministro grego - cujo país preside à UE -, numa alusão aparente à Turquia ou Israel.
Simitis reconheceu que as divisões no seio da UE sobre o dossier iraquiano não poderão ser resolvidas "em horas".
"Existem diferenças e as diferenças continuam", comentou ainda Prodi. Apesar disso, segundo ele, os dirigentes da UE "estiveram reunidos para analisar os problemas do futuro e diminuir as consequências da guerra".
As principais divergências na UE são sentidas entre a França (contra a guerra no Iraque) e o Reino Unido (principal aliado dos Estados Unidos).
Durão Barroso diz que a UE é a principal prioridade externa de PortugalO primeiro-ministro, Durão Barroso, declarou hoje, no final da cimeira europeia, que a UE constitui a principal prioridade da política externa portuguesa.
"Para Portugal, não há nada mais importante no domínio externo do que a UE. A Europa é a nossa prioridade", afirmou Durão Barroso.
A Europa não deve fechar-se "sobre si mesma", antes tem de privilegiar a "parceria transatlântica" com os Estados Unidos - que "continua a ser uma prioridade estratégica da UE", insistiu o primeiro-ministro português.
O Governo português manifestou apoio aos Estados Unidos mesmo no caso de um ataque militar ao Iraque sem o aval das Nações Unidas, tendo sido ainda um dos subscritores da chamada Carta dos Oito que alguns Estados-membros da União que a não subscreveram consideraram divisionista.
Dirigindo-se aos portugueses e aos partidos da oposição - autores de várias moções de censura ao Governo pelo seu apoio aos Estados Unidos -, Durão Barroso insistiu num apelo à união.
Uma vez iniciados os combates, "o que importa não é tanto discutir as divergências - que são legítimas - mas concentrarmo-nos no futuro. A UE deu um exemplo disso" esta noite.