Não há melhor cidade no mundo para viver do que Zurique, na Suíça. A menos recomendável é Brazzaville, na República do Congo. São as conclusões de um estudo da Mercer Human Resources Consulting, uma empresa de consultadoria sediada em Londres.

O relatório, agora divulgado, dá conta do nível de qualidade de vida em diversas regiões do mundo. Lisboa aparece em 55º lugar na lista dos 215 centros urbanos avaliados.

Anualmente, a Mercer apresenta os resultados de uma apreciação feita a partir de 39 critérios relacionados com a qualidade de vida em geral. A estabilidade política e económica, as taxas de criminalidade, os serviços de saúde e de educação, a rede de transportes e o tráfego, o meio ambiente, a oferta cultural e de habitação são alguns dos aspectos que os especialistas têm em conta para aferir do bem-estar proporcionado às populações.

É na Europa, Austrália e Nova Zelândia que continuam a encontrar-se algumas das cidades com melhores condições. Mas do ano passado para este ano registam-se algumas mudanças. Lisboa, por exemplo, mantém exactamente a mesma pontuação, mas subiu dois lugares no "ranking" global (ocupava a posição 57, agora está na 55).

Genebra - a segunda cidade suíça a constar do topo da lista - apresenta também uma melhoria em relação ao ano passado. Era a quarta cidade do mundo e foi promovida a segunda melhor, "ex-aequo" com Vancôver, no Canadá, e Viena, na Áustria - devido, sobretudo, à evolução dos serviços médicos prestados, com hospitais e clínicas bem equipados, ao nível dos melhores da Europa.

O percurso inverso foi feito por algumas cidades escandinavas. E a explicação avançada no relatório não deixa de ser curiosa: as populações ressentem-se das parcas horas de sol e são confrontadas com depressões sazonais.

A Mercer acrescenta, finalmente, que permanece um enorme hiato entre as cidades que estão na "primeira divisão" da qualidade de vida e as outras. "A instabilidade política e económica na África e na América Latina arrastou muitas cidades para o fim da lista", diz Slagin Parakatil, investigador citado pela Reuters. De facto, 17 dos 20 centros urbanos que oferecem menos condições para viver estão no continente africano. "Será preciso tempo para que estas cidades se recomponham", sublinha Parakatil. Brazzaville e Bangi, na República Centro-Africana ocupam, respectivamente, o último e o penúltimo lugar da lista. Na antepenúltima posição aparece uma cidade de outro continente que se prepara para a guerra: Bagdad.

Os elementos para esta avaliação foram recolhidos entre Setembro e Novembro de 2002, mas alguns foram posteriormente actualizados.