Mais de 50 por cento dos europeus defendem combate ao terrorismo

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Esta foi a primeira vez que o Eurobarómetro questionou os europeus sobre a actuação norte-americana em diversas áreas. A política de protecção do Ambiente dos Estados Unidos é insatisfatória para 49 por cento dos inquiridos.

Segundo o inquérito do Eurobarómetro, que questionou 16.074 pessoas nos 15 países da União Europeia (UE) entre 1 de Outubro e 5 de Novembro de 2002, 72 por cento das pessoas receiam a proliferação nuclear e das armas químicas e biológicas e 57 por cento apontam uma possível guerra mundial.

As prioridades da UE devem ser, segundo os inquiridos, a protecção face ao terrorismo, desemprego, pobreza, insegurança e poluição.

O estudo mostra que 55 por cento dos cidadãos acreditam que a adesão do seu país à UE é positiva, contra os dez por cento que consideram o oposto.

A confiança na Comissão Europeia aumentou seis por cento desde o inquérito realizado na Primavera, situando-se agora nos 53 por cento. O Parlamento Europeu é a instituição mais conhecida dos cidadãos. O apoio ao euro regista 63 por cento.

No entanto, apenas 28 por cento diz saber muito sobre a UE e dois terços defende que a informação sobre a Europa dos Quinze devia ser uma prioridade.

Os inquéritos do Eurobarómetro arrancaram em 1973, sendo realizados desde então dois por ano, na Primavera e no Outono.

Portugueses e ingleses são os menos informados sobre a UE

No território nacional, o inquérito foi coordenado por Manuel Villaverde Cabral, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e contou com mil entrevistados, entre os dias 3 e 24 de Outubro.

Os portugueses e os ingleses são os cidadãos europeus que detêm menos informação sobre a UE, com a média mais baixa (3,6 por cento) em relação à europeia (4,5 por cento).

Em Portugal, existem grupos em que o sentimento de falta de informação é ainda mais elevado do que a média da população, entre eles os cidadãos com rendimento económico mais baixo (85 por cento). Também os mais idosos, aqueles que abandonaram a escola até aos 15 anos e as mulheres se sentem proporcionalmente menos informados do que a média dos portugueses.

Vinte e três por cento dos inquiridos afirmam nunca procurar informações sobre a UE e os que as procuram fazem-no na sua maioria através da televisão (69 por cento). Os jornais, as discussões com os amigos e a rádio são igualmente fontes de informação.

No que se refere às instituições, 46 por cento dos portugueses nunca ouviu falar da Convenção para o Futuro da Europa, ou do Mediador Europeu. Quarenta e três por cento nunca ouviu falar do Comité Económico e Social da UE e 42 por cento também não sabe o que é o Comité das Regiões.

Paradoxalmente, a percentagem de portugueses que responde correctamente a perguntas objectivas sobre a UE é mais elevada do que a média europeia.

A percentagem de lusitanos satisfeitos com o funcionamento da democracia na UE é inferior à média.

Sobre a adesão de Portugal à UE, o inquérito revela que a maioria dos portugueses aplaude a iniciativa e considera que trouxe benefícios para o país. No entanto, dados desde 1999 mostram que o consenso português em torno dos benefícios da UE tem declinado. A percentagem que considera que Portugal não beneficiou com a adesão varia entre 27 e 33 por cento entre os mais idosos, os que auferem menos rendimentos e os menos escolarizados.