Último filme de João César Monteiro com futuro incerto

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João César Monteiro tinha um filme pronto há um mês, mas nada tinha sido decidido quanto à sua estreia. Com a morte do cineasta, "Vai e Vem" poderá continuar com um futuro incerto, segundo o produtor do realizador, Paulo Branco.

"O filme está pronto há um mês, agora ainda não sei o que vou fazer, nem se estreará", admitiu Paulo Branco, acrescentando que "tudo está em suspenso", mesmo a sua prevista apresentação num festival internacional de cinema.

César Monteiro morreu na tarde de ontem, aos 64 anos, vítima de um cancro que lhe foi diagnosticado no ano passado.

As filmagens de "Vai e Vem" decorreram entre Julho e Setembro de 2002. O realizador deslocou-se a Paris para a mistura final do som, altura em que a sua situação clínica estaria já fragilizada.

O filme, onde o próprio cineasta assume uma das personagens, conta com a participação de Manuela de Freitas e Miguel Borges.

A exibição no Cine-Estúdio 222, em Lisboa, de "Recordações da Casa Amarela", prevista para as próximas sexta e segunda-feira, integrada no ciclo "Cinema e Arquitectura", foi, entretanto, suspensa.

Segundo a associação cultural Zero em Comportamento, que organiza o ciclo em que se integrava o filme, "a distribuidora Atalanta Filmes não autorizou" a sua exibição "devido à recente morte do realizador". Em substituição, será exibido "Verdes Anos", de Paulo Rocha.

Mantém-se, no entanto, a projecção prevista para hoje à noite, na Cinemateca Portuguesa, também em Lisboa, de "Le Bassin de J.W.", bem como a de "Branca de Neve", agendada para dia 27, segundo fonte da Cinemateca.

O funeral de João Cesár Monteiro realiza-se amanhã, pelas 10h30, partindo da Basílica da Estrela para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

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