Apoiantes de Manuel Monteiro desfiliam-se do CDS-PP

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Segundo a edição de ontem do semanário "Expresso", os quatro ex-dirigentes, assumidamente monteiristas, levantam o véu sobre a eventual constituição de um novo partido, encabeçado por Manuel Monteiro.

"Decidimos deixar o CDS e a razão é muito simples: continuamos a acreditar nos mesmo valores, nas mesmas ideias e nos mesmos pressupostos, que nos levaram um dia a querer intervir politicamente. Mas isso é hoje, na nossa opinião, incompatível com a manutenção neste partido", cita o "Expresso".

Considerando que o próximo Congresso do CDS-PP, que terá lugar no Porto, em Março, será "uma festa-comício para aclamar o poder, só poder, nada mais do que o poder", os quatro monteiristas não poupam críticas e acusações a Paulo Portas, líder do partido e ministro da Defesa, manifestando o seu desagrado perante as actuações de Portas no interior do partido e no Governo.

"Quando se esperava que o CDS fosse no Governo a alavanca das verdadeiras mudanças, o que se assiste é tão-só a uma acomodação perante o sistema". E continuam: "O que é verdade e lei na oposição torna-se incómodo e esquecido no Governo, o que é ponto de honra quando se está fora do sistema não é mais do que uma questão a remeter para o esquecimento do passado, quando se alcança o poder e se é investido em funções governativas".

Numa clara insinuação de mudanças operadas no partido, os quatro ex-populares mostram-se incisivos e afirmam que "o CDS deixou de ser um espaço de liberdade. A democracia interna funciona apenas quando se está de acordo com a direcção. Perseguem-se militantes disciplinarmente por delito de opinião. O CDS é hoje um partido que pratica dentro de casa o contrário do que defende para o Estado e para os outros".

Sublinhando que "o espaço político que existe no país para a diferença deixou de existir e de estar no CDS", Ferreira, Ribeiro da Costa, Correia da Silva e Peixoto asseveram que não pretendem "ceder, nem recuar, nem desistir". E argumentam: "A política é, sempre foi e sempre será, para cada um de nós, um exercício de competição empenhado mas ao mesmo tempo descomprometido. Só assim vale a pena, e porque assim é queremos começar já hoje a construir um novo futuro".

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