Escola Naval não tem alunos suficientes para preencher as vagas

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A Escola Naval tem aumentado nos últimos anos o número de vagas, mas tem cada vez menos candidatos a oficiais e menos vagas preenchidas PÚBLICO

Em 2002, por exemplo, abriu 81 vagas. Teve 327 candidatos e foram apenas preenchidas 52 vagas. A explicação está no facto de cada vez menos jovens passarem nos testes físicos e psicológicos a que são sujeitos para a admissão. Por outro lado, a tarefa de escolha dos alunos é cada vez mais dificultada por o número de candidatos também ter vindo a baixar.

Nos últimos cinco anos, como se vê no quadro, foi em 2002 que se verificou a menor capacidade de atracção da Escola Naval. O elevado número de candidatos, em 1999, deve-se a um momento de grande visibilidade das Forças Armadas por causa da situação em Timor-Leste.

O número de lugares tem tendência para aumentar devido ao défice de vagas por preencher que vai transitando de ano para ano. Nos dois últimos anos, a Escola Naval não preencheu os lugares nas classes de Marinha e Engenheiros Navais.

O porta-voz do Estado-Maior da Armada, comandante Gouveia Melo, afirmou ao PÚBLICO que o problema de diminuição de candidatos não é só da Marinha, mas que é um "problema global" das Forças Armadas. "A imagem das Forças Armadas no país deve melhorar", explicou, considerando que a solução passa pela melhoria de "incentivos de ordem material e moral".

"O problema não se encontra ao nível dos critérios [de admissão na Escola Naval], mas ao nível da motivação dos jovens. Essa motivação não deve existir em abundância porque o número de candidatos reduziu-se", referiu, acrescentando que de qualquer forma não é intenção do ramo baixar os critérios-padrão. Com estas dificuldades, a gestão de carreiras também se torna mais complicada.

A Escola Naval ministra cursos de licenciatura nas classes de Marinha (navegação, telecomunicações, hidrografia, etc.), médicos navais (em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), engenheiros navais (ramo de mecânica e armas e electrónica), administração naval (gestão e abastecimento naval) e fuzileiros navais. Esta escola faculta ainda cursos de formação para civis ou militares já licenciados que queiram ingressar no quadro de oficiais.

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