Exposição sobre Leni Riefenstahl alvo de protestos

O Governo alemão, que é proprietário do museu, optou por não proibir a mostra, que, no entanto, foi alvo de protestos de vários grupos anti-fascistas e personalidades da vida pública já antes da sua inauguração.

Alguns escritores como Ralph Giordano e Günter Wallraff escreveram uma carta à ministra da Cultura, Christina Weiss, lamentando a escolha de Hilmar Hoffmann como encarregado do discurso de inauguração da exposição, pois este tinha elogiado "a figura de uma das mais famosas colaboradoras do regime nazi".

No entanto, apesar dos protestos, o presidente do museu, Hermann Schaefer, reconhece que este projecto é "uma dança na corda bamba", mas que Leni Riefenstahl é "a mais significativa e controversa cineasta alemã".

A realizadora alemã é conhecida mundialmente, sendo "O Trinfo da Vontade", um dos seus mais polémicos filmes. A película encomendada por Adolf Hitler foi rodada em 1935 e é considerada por muitos como propaganda do regime nazi.

Ela própria considerou que o "Triunfo da Vontade", que enaltece a raça ariana e a militarização da Alemanha, endeusando também a figura de Hitler, "lança uma tal sombra sobre a minha vida, que a morte será uma bênção".

Os responsáveis do Museu de História de Bona justificaram também a sua iniciativa afirmando que pretendem apenas "promover o debate sobre a história alemã", e não fazer uma homenagem à autora predilecta de Hitler.

A exposição que conta com cerca de 300 peças, nomeadamente fotos, filmes e cartas destinadas a ilustrar as implicações de Leni Riefenstahl com o regime de Adolf Hitler, estará patente ao público no antiga capital federal até 2 de Março do próximo ano.

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