CREL: Santana Lopes defende solução de utilizador-pagador
"Quem utiliza estas vias é que as deve pagar. Dizer que não se pagava era uma fraude, era falso. Como sabem existe uma portagem virtual que o Estado tem de pagar aos privados e o Estado somos todos nós", argumentou Pedro Santana Lopes, que se distanciou da maioria dos autarcas da Área Metropolitana de Lisboa no pedido de suspensão das portagens da CREL.
Questionado sobre a desigualdade que existirá, a partir do próximo ano, entre os utentes da CREL e os utilizadores da Via de Cintura Interna, no Porto, que não pagam portagens, o edil de Lisboa defendeu a criação de uma legislação nacional.
"Sei que há excepções e até estou de acordo com o dirigente do Bloco de Esquerda. A questão das portagens tem de ser debatida e de forma a criar uma posição de princípio a nível nacional que seja aplicada em todo o país segundo as regras que sejam decididas como as mais correctas", explicou Santana Lopes.
A reintrodução das portagens na CREL foi decidida ontem em Conselho de Ministros, após a qual a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, garantiu que irá ser alcançado um défice público abaixo dos três por cento, no final do corrente ano.
Para tal, o Governo irá contar com a contribuição da venda à Portugal Telecom da rede fixa de telecomunicações e da reintrodução das portagens na CREL. As duas operações permitem um encaixe de 653 milhões de euros - 365 milhões da PT e 288,4 milhões da concessão à Brisa -, o que corresponde a 0,7 por cento do Produto Interno Bruto.