Reconversão do bairro S. João de Deus arranca hoje

Essa ligação rodoviária tem um custo previsto de 750 mil euros e um prazo de execução de seis meses, revelou ontem o vereador Paulo Morais. É a primeira intervenção no bairro à luz do plano de reconversão que está definido para aquela zona e que levará, "numa fase subsequente, já no início do próximo ano, ao realojamento de um conjunto de famílias, à demolição de alguns blocos e à infraestruturação daquele que virá a ser o novo bairro". Na opinião do autarca, "é um projecto que exige mais de quatro anos só para esta primeira fase, mas que irá transformar toda aquela zona num lugar aprazível".

Ontem, no final da reunião privada do executivo, Morais explicou aos jornalistas que o plano levará oito anos a ser concretizado. Os primeiros quatro anos são para construir acessibilidades, só depois é que se avançará para a construção das habitações que o vereador garante serem "de qualidade", com rendas de carácter social. "Queremos evitar a especulação imobiliária naquela zona, que vai ficar toda infraestruturada e na qual a Câmara do Porto vai disponibilizar 16 milhões de euros nos próximos quatro anos para este projecto", revelou.

Segundo o vereador, há uma segunda fase do plano de reconversão e que tem a ver com a zona onde havia um campo de futebol e para onde está prevista a edificação de uma pólo universitário, que só avançará depois de a autarquia conhecer o estado do terrreno. É que, de acordo com Morais, aquele local funcionou como uma montureira e a possibilidade da existência de lixos orgânicos é óbvia. Por isso, é que só depois de se conhecer o que de facto lá está depositado é que se pode definir uma estratégia de intervenção mais rigorosa. Neste momento, esclareceu, a ideia é criar ali um pólo universitário, que gere movimentos pendulares e crie fluxos diários que dêem vida a um local está esquecido pela autoridades e profundamente degradado.

Sendo possível a construção, o que está prevista em termos do Plano Diretor Municipal é a construção de uma zona destinada ao ensino superior.

Escola de Hotelaria "interessada"

A Escola Superior de Hotelaria é um dos estabelecimentos de ensino superior "mais interessado" em instalar-se ali, diz Paulo Morais depois de garantir que existem outros dois estabelecimentos (cujo nome não revelou) que estão também interessados.

Na reunião de ontem do executivo, foi ainda aprovado um perdão de juros e custas judiciais para quem tiver dívidas à câmara. Esta proposta foi aprovada com os votos favoráveis da coligação PSD/PP e a abstenção dos seis vereadores do PS, tendo estado ausente o vereador da CDU, Rui Sá.

Paulo Morais revelou que se trata de uma medida excepcional da autarquia, ignorando, contudo, que receita é que o município poderá arrecadar. Uma coisa é certa: "Em termos financeiros, a câmara está com a corda na garanta. Temos buracos financeiros em tudo, nas fundações, nas empresas municipais, nos gabinetes... A situação está complicada e só com tratamento de choque é que se resolve e não com balões de ensaio", disse Morais.

Com a abstenção do PS, foi também votada uma proposta que autoriza a empresa municipal GOP (Gestão de Obras Públicas) a contratualizar um financiamento a curto prazo por antecipação de receitas ("factoring") no valor de 4,15 milhões de euros.

Sugerir correcção
Comentar