Encarnação admite processar o Estado por causa da Ponte Europa

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Paulo Novais/Lusa

O presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, admite "processar o Estado ou quem quer que seja responsável" pela paragem, faz hoje dois meses, das obras de construção da Ponte Europa, sobre o rio Mondego.

Na altura, problemas relativos a pagamentos ao consórcio construtor foram apontados como estando na origem da situação, mas, recentemente, o Instituto de Estradas de Portugal revelou a existência de problemas técnicos relacionados com o projecto.

Encarnação afirmou, anteontem, na reunião semanal do executivo, que a autarquia "se reserva o direito de accionar o responsável por tudo o que está a acontecer relativamente aos prejuízos". Definindo o problema como sendo "verdadeiramente grave e difícil de resolver", o líder da maioria PSD/PP/PPM salientou que a questão que se levanta é garantir a segurança, a exequibilidade e a durabilidade da ponte, estimada em 50 anos.

Afirmando que era "mais simples" recorrer a dois ou três técnicos de renome internacional para estes darem um parecer relativamente à resolução do problema da ponte - que deveria estar pronta desde finais de 2001 - Encarnação garantiu que a câmara tem feito "o necessário e o possível para chamar a atenção e fazer pressão para que o problema seja resolvido." "O Estado tem que assumir os compromissos e ressarcir-se junto dos responsáveis", disse.

Defendendo que este é um grave problema, Encarnação salientou que a autarquia nada tem a ver com a obra. "Este não é um problema só de Coimbra, é um problema do país, da credibilidade da engenharia", alvitrou, acrescentando que está em curso "um processo complexo" entre o projectista, o dono da obra e o empreiteiro e que foi pedido, ainda, um inquérito, que está a ser desenvolvido pelo Conselho Superior de Obras Públicas, cujo relatório deve estar pronto em meados deste mês.

Quanto aos acessos, o presidente do executivo garantiu que a sua conclusão não está em causa.

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