Jazztel atinge equilíbrio no final do trimestre
Num encontro com jornalistas, o presidente da Jazztel, Joaquim Paiva Chaves, mostrou-se preocupado com a concentração do sector, no fixo e no móvel, e lamentou o fim da OniWay. Em sua opinião, o Estado deveria manter a licença de UMTS na sua posse e voltar a introduzi-la no mercado, mediante concurso, "quando houvesse condições". "O Estado mostrou já que se preocupava com os operadores, agora deveria usar as frequências de maneira a mostrar que está preocupado com os consumidores", disse.
Reconhecendo que uma parte do investimento da Jazztel em Portugal - de quase 150 milhões de euros - está ainda por rentabilizar, designadamente ao nível das infra-estruturas de rede, Paiva Chaves afirmou: "Até agora, construía-se rede e depois procuravam-se clientes. Era uma loucura. De futuro, só investiremos em rede quando tivermos clientes que o justifiquem."
O grupo Jazztel acaba de ser sujeito a uma reestruturação drástica que passou pela transformação de grande parte da sua dívida em capital e que, além de ditar alterações significativas da sua estrutura accionista, implicou o afastamento do fundador, Martin Varsavski. Em Portugal, onde a empresa chegou a empregar 140 trabalhadores, restam pouco mais de 50. Os planos de expansão foram anulados, mas o responsável pela área financeira, Gonçalo Soares, explicou que a Jazztel manteve os seus cerca de 400 clientes de acesso directo com um volume de facturação "estável", o que contribuiu para que o operador tenha atingido meios libertos positivos em Portugal seis meses antes de o mesmo estar previsto para a casa-mãe em Espanha.
Para Francisco Silva, responsável pela área operacional da Jazztel, o balanço do ano de 2002 no sector foi marcado pela substituição da administração da Anacom, pelo que "muito pouco se fez". A Jazztel quer reunir em Janeiro com a entidade reguladora para apresentar as suas próprias ideias, designadamente o conceito de "solução virtual" para o lacete local - que passa por alugar não só a linha de acesso ao cliente, mas também os equipamentos da PT -, o lançamento de serviços de Internet assentes na tecnologia XDSL, a revisão das condições das licenças de FWA e ainda uma maior abertura das redes móveis aos novos operadores de comunicações fixas.