FPF confirma Scolari como seleccionador

Luiz Felipe Scolari foi confirmado ontem pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), através de um comunicado oficial emitido ao fim da tarde, como o novo seleccionador nacional de futebol. "Felipão" começa a trabalhar em Janeiro do próximo ano e o seu contrato, ainda por assinar, terminará em Julho de 2004. O seu objectivo, já o disse, é "conquistar a 'Copa' da Europa." O treinador brasileiro, recentemente sagrado campeão pelo Brasil no Campeonato do Mundo realizado na Coreia/Japão, sucede no cargo ao técnico interino Agostinho Oliveira, que substituiu António Oliveira depois da desastrosa participação lusa no mundial da Ásia."Tínhamos um prazo até dia 30 de Novembro para assumir algumas responsabilidades. A assinatura é uma mera formalidade. Tanto eu como o presidente [Madaíl] não precisamos de papéis. Falámos por telefone e confiamos um no outro. Acredito que o contrato possa ficar assinado entre 14 e 20 de Dezembro, quando devo ir a Espanha orientar a selecção da FIFA no jogo contra o Real Madrid. Vamos montar em conjunto com o presidente um esquema para ir a Portugal", afirmou Scolari, que deverá auferir um salário de 150 mil euros mensais, mais 500 mil da assinatura do contrato. Sobre os seus métodos de trabalho, "Felipão" não admite mudar. "Ninguém vai mudar a minha forma de trabalhar. A maneira como trabalhámos nos três clubes, na selecção brasileira ou no Kuwait, dentro do que achámos ser correcto, vai continuar. Não vai haver 'lobbies'. Ninguém vai tentar mudar alguma coisa por influência disso ou daquilo. Se quisesse tinha acertado tudo ontem com dois clubes da Europa! Estou muito feliz", asseverou o técnico."Nas minhas conversas com o presidente Gilberto Madaíl disse-lhe que achava que estava escrito que, depois da conquista da Copa do Golfo, da Libertadores e do Copa do Mundo, só me faltava a Copa da Europa. Foi uma das razões por que aceitei a proposta. Já conversei com alguns jogadores, dado que visitei alguns clubes, e deram-me o seu apoio. São vencedores, têm nos clubes um currículo maravilhoso que podem estender também à selecção. Temos interesse em trabalhar nesse projecto maravilhoso", concluiu.Já Madaíl se mostrou plenamente satisfeito com a conclusão de um processo que já dura desde que terminou o Mundial. "Estou muito satisfeito com o final das negociações. Considerando o ponto onde começámos, só uma pessoa como Scolari, que rejeitou propostas do Barcelona e do PSG, poderia comandar os destinos da selecção até ao Europeu", sublinhou o dirigente. "Scolari não é um pára-quedista no futebol. Tem um historial e é um homem que fala a nossa língua e conhece os nossos jogadores - tem uma concepção do futebol que é perfeitamente aplicável à selecção portuguesa", acrescentou. "Procurei em Portugal encontrar um seleccionador com o perfil desejável e esse era Manuel José. Mas, por razões várias, não foi ele o escolhido e decidi procurar outro português... do Brasil. Dentro destes parâmetros, nem sequer considero Scolari como um seleccionador estrangeiro, pois exprime-se na nossa língua e conhece muito bem os nossos jogadores", concluiu.Agostinho continua na selecçãoGilberto Madaíl confirmou ontem à Agência Lusa que Agostinho Oliveira será técnico adjunto do brasileiro. "O Agostinho Oliveira vai ser o adjunto de Scolari. A sua função será transmitir os seus conhecimentos sobre os jogadores e a sua experiência sobre os novos internacionais que lançou", afirmou Madaíl. Além de Oliveira, o outro técnico português que fará parte da equipa de Scolari deverá ser Daniel Gaspar, que trabalhará como treinador de guarda-redes, elemento que já faz parte dos quadros da FPF.Para a sua equipa, Scolari traz ainda dois adjuntos do Brasil. O dirigente federativo acrescentou que o técnico trará para trabalhar consigo um adjunto para planificação/sistematização de treino e um preparador físico da sua confiança, com quem trabalhou durante a Taça América e o Mundial 2002.

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