Ex-secretária de Estado denuncia "grande rede de pedofilia" na Casa Pia

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O caso, revelado este fim-de-semana, teve ontem novos desenvolvimentos com o principal apontado, o funcionário da Casa Pia Carlos Silvino, a negar no Jornal da Noite da SIC as acusações de que é alvo.

No sábado, o "Expresso" revelava que centenas de crianças do sexo masculino da Casa Pia de Lisboa poderão ter sido violadas nos últimos anos por um funcionário da instituição. "O presumível caso de pedofilia só agora veio à luz devido a uma queixa apresentada à PJ, em 23 de Setembro, pela mãe de uma das alegadas vítimas do funcionário".

O "Expresso" e a SIC relatavam que o presumível pedófilo agiu durante cerca de 30 anos, embora o provedor da instituição, Luís Martins Rebelo, tenha instaurado um processo disciplinar que não teve qualquer efeito.

O provedor sustenta que o presumível violador foi "um funcionário exemplar" e isto - sublinhou - "apesar dos defeitos". Em sua defesa, acrescentou que a Polícia Judiciária tem processos contra o presumível violador desde 1980, e que já "devia ter actuado".

Ontem, na SIC, Teresa Costa Macedo contou que quando era secretária de Estado da Família, entre 1980 e 1983, enviou um processo para a Polícia Judiciária com provas recolhidas sobre os alegados abusos sexuais. Do processo constavam fotografias, um relatório que explicava os método utilizados pela suposta rede e documentos e depoimentos vários de vítimas.

A ex-governante adiantou ainda que o funcionário Carlos Silvino, conhecido também como "Bibi", é apenas "um elo de uma grande rede pedófila que envolve gente importante do nosso país", conforme precisa em declarações ao "Expresso"e ao "Correio da Manhã" de hoje. Teresa Costa Macedo disse ainda ter sido alvo de ameaças de morte quando começou a investigar o caso.

Essas pessoas "importantes" são, detalhou, "desde políticos a diplomatas, até pessoas ligadas aos media".

"Bibi" surgiu ontem no Jornal da Noite da SIC para negar as acusações de que é alvo: "é tudo mentira", disse. Ao "Expresso", o funcionário afiançava ter "a consciência tranquila". A SIC e o "Expresso" noticiaram ainda testemunhos de antigos internos da Casa Pia de Lisboa, que se queixam de ter sido vítimas de abuso sexual por parte do funcionário. Vários actuais alunos externos da instituição referem que as histórias de pedofilia relacionadas com Carlos Silvino há muito eram conhecidas.

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