Durão Barroso acredita na manutenção do comando regional da NATO em Oeiras
"É importante que a reestruturação da NATO não esqueça o Sul do Atlântico", disse Durão Barroso num encontro que manteve com estudantes dos países-membros da Aliança, minutos antes de se iniciar a Cimeira.
À saída do encontro, e em declarações aos jornalistas, Durão Barroso reiterou as expectativas portuguesas na manutenção do comando regional da NATO em Oeiras, uma decisão que, contudo não será tomada durante os trabalhos da Cimeira.
A nova estrutura de comando da NATO deverá comportar dois comandos estratégicos - nos EUA e na Europa - e três comandos funcionais, todos em solo europeu.
Portugal pretende que um dos comandos funcionais continue em Oeiras, apresentando como argumentos a experiência e o investimento aí realizados, a localização geográfica e política do Governo na modernização das Forças Armadas e no reforço do orçamento para a Defesa.
A nova estrutura de Comando e de Forças vai ser formalizada na Cimeira, abrindo então caminho às negociações para a escolha das sedes dos comandos que deverão ser anunciadas até Junho de 2003.
O alargamento já formalizado a sete novos membros oriundos do extinto Pacto de Varsóvia - Lituânia, Letónia, Estónia, Roménia, Bulgária, Eslovénia e Eslováquia - é o pano de fundo da cimeira da NATO, que junta chefes de Estado e de Governo de 19 países dos dois lados do Atlântico num gigantesco edifício construído em 1982 para albergar os congressos do Partido Comunista que governava então a Checoslováquia.
Referindo-se ao novo cenário, Durão Barroso defendeu que o alargamento não implica a perda da coesão da organização e disse ser importante "saber que todos continuam empenhados nos mesmos objectivos".
"Há quem diga que o alargamento faz lembrar aqueles casais que estão em crise e têm filhos para a ultrapassar. Mas não, apesar do alargamento vamos manter a coesão da NATO", disse o primeiro-ministro, que acentuou a necessidade de "manter-se a ligação entre a Europa e os EUA".
A coesão vai ser hoje testada no almoço que junta principais dirigentes dos 19 países aliados e que será dominado pela questão do Iraque.
Os Estados Unidos, representados pelo seu Presidente, George W. Bush, pretendem uma posição clara e inequívoca da NATO em apoio às suas posições, que não são igualmente acolhidas por todos os Estados-membros.
Durão Barroso, que tem publicamente apoiado a pressão norte-americana sobre Saddam Hussein, disse esperar que a coesão da NATO "não seja prejudicada por causa do Iraque".