CDS-PP acusa CGTP de ser "imobilista, radical e reaccionária"

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O CDS-PP deixa o apelo aos trabalhadores para que compareçam no local de trabalho no próximo dia 10 Inácio Rosa/Lusa

O anúncio de uma greve geral foi avançado ontem pela intersindical que justifica a medida com uma resposta ao projecto de Código do Trabalho apresentado pelo Governo, que considera que irá "agravar as condições de trabalho e retirar direitos aos trabalhadores portugueses".

Já ontem, o primeiro-ministro, Durão Barroso, tinha criticado a decisão, anunciando o alargamento "até Janeiro" do prazo de discussão pública do novo de Código de Trabalho. Os partidos da oposição manifestaram-se compreensivos com a convocação de mais uma paralisação.

O CDS-PP vem agora contestar a realização de um protesto a menos de um mês da última grande manifestação a nível nacional dos funcionários públicos.

"Tal como o CDS-PP tinha previsto, infelizmente e apesar de todos os esforços de diálogo e de abertura por parte do Governo, as forças sindicais mais radicais, mais imobilistas e reaccionárias marcaram uma greve geral para 10 de Dezembro", afirmou em nome da comissão directiva do partido António Pires de Lima.

Os democratas-cristãos pedem aos trabalhadores para que compareçam no seu local de trabalho no dia da greve por um "Portugal mais desenvolvido, mais moderno, mais rico, mais solidário e competitivo e que possa pagar melhores salários".

António Pires de Lima disse ainda que a greve "está na cabeça da CGTP desde Julho" e que independentemente dos esforços de diálogo e concertação do Governo em matéria do Código de Trabalho a CGTP iria sempre avançar para a greve porque o seu "imobilismo" impede a aprovação de "qualquer reforma que o Governo apresente".

Sublinhando que o CDS "está disponível" para, em "diálogo de concertação", introduzir mais melhorias na proposta de Código de Trabalho, Pires de Lima salientou, no entanto, que nenhuma legislação em Portugal teve uma discussão tão ampla como a que teve o Código de Trabalho, cujo anteprojecto foi apresentado em Julho pelo Governo.

Sublinhando que o anteprojecto contém já "melhorias", Pires de Lima defende que o diploma "é uma lei enquadradora fundamental para premiar os trabalhadores que cumprem, para combater a fraude o absentismo que em Portugal tem uma taxa de cerca do dobro dos restantes países europeus".