Direita francesa forma partido único
Durão Barroso e o seu homólogo espanhol, José Maria Aznar, assim como a presidente da CDU alemã, Angela Merkel, serão os convidados de honra de um contingente estrangeiro que conta ainda com uma centena de embaixadores e um "grande número" de ministros vindos do mundo inteiro. Apesar de haver quatro candidatos à presidência da UMP, dos quais dois de origem magrebina, o antigo primeiro-ministro Alain Juppé tem praticamente garantida a sua vitória junto dos 12 mil delegados presentes no Bourget.
É o "sacro mal-amado", escrevia ontem o diário conservador "Le Figaro", recordando a personalidade seca e distante, e a inteligência impressionante do antigo primeiro-ministro. O diário rival de esquerda "Libération" completava o retrato com os piropos dos próprios colegas de Juppé, que vão de "desagradável" e "rígido", a "arrogante, glacial e dominador".
O programa do partido cabe todo no enunciado do nome, União para a Maioria Presidencial. E mesmo se os militantes andam a votar por internet no novo nome a dar-lhe hoje - vai ser "União Popular" , ou União por um Movimento Popular" - o certo é que a UMP continuará a ser apenas uma "máquina de guerra" ao serviço das ambições presidenciais do seu chefe, Alain Juppé.
Não obstante, o antigo primeiro-ministro pretende transformar a UMP num "grande partido moderno, de dimensão internacional", inspirado do modelo do Partido Popular espanhol moldado por José Maria Aznar. Mas, para integrar todas as famílias da direita francesa, a UMP teve de deixar um espaço importante "às diferentes sensibilidades". A encoberto de clubes e de grupos de reflexão, formam-se as futuras correntes do partido, que fornecerão as "espingardas" para a guerra dos chefes na próxima fornada eleitoral, em 2004 (europeias, regionais e cantonais). Uma batalha tão mais feroz quanto o vencedor será o favorito para representar a direita nas presidenciais de 2007.