Benjamin Netanyahu poderá regressar ao Governo de Israel
Peres abandonou o Governo de coligação liderado por Sharon depois de o líder do Partido Trabalhista e ministro da Defesa, Benjamin Ben-Eliezer, ter apresentado a sua demissão. Depois de Ben-Eliezer e de Peres, os restantes quatro ministros trabalhistas do Executivo de unidade nacional apresentaram também as suas demissões, precipitando uma crise governativa há muito anunciada.
Na origem do conflito interno no Governo está a decisão do comité central do Partido Trabalhista de votar contra a proposta de Orçamento de Estado apresentada pelo primeiro-ministro, Ariel Sharon, que acabou por ser aprovada ontem.
As divergências em torno do Orçamento para 2003, num contexto de austeridade e recessão económica, centram-se na sensível questão das verbas para os colonatos. Os trabalhistas exigiam que os créditos concedidos aos colonatos judaicos instalados em territórios palestinianos fossem reduzidos em cerca de 145 milhões de euros, uma verba que deveria ser investida na criação de empregos e para impedir os cortes previstos nas pensões de reforma.
O ex-ministro da Defesa, Benjamin Ben-Eliezer, era um adepto da coligação com o partido Likud, de Ariel Sharon, e outras formações de direita, uma posição também partilhada pelos restantes ministros trabalhistas. Pelo contrário, a maioria dos 23 deputados trabalhistas contrariavam esta estratégia e um aceso debate instalou-se no interior da organização, a apenas três semanas das primárias trabalhistas previstas para 19 de Novembro e que deverão designar o novo líder.
O Partido Trabalhista detinha seis pastas no Governo de coligação: Shimon Peres (ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro); Benjamin Ben-Eliezer (ministro da Defesa); Dalia Itzik (ministra da Indústria e Comércio); Shalom Simhon (ministro da Agricultura e Desenvolvimento); Ephrahim Sneh (ministro dos Transportes); e Matan Vilnai (ministro da Ciência, Cultura e Desporto).