O melhor e o mais exasperante filme de Shyamalan

Grande filme seria "Sinais" se terminasse um quarto de hora mais cedo, durante a sequência na cave. Dirão os entusiastas que o último quarto de hora decide o filme; contraporão os outros que apenas o arredonda, em mais um grand finale destinado a exibir o brilhantismo de uma construção narrativa onde todas as peças acabam por ir parar aos lugares certos.

"Sinais" é, simultaneamente, o melhor e o mais exasperante filme de Shyamalan, o mais talentoso e o mais fascinado com o seu próprio talento. Há pormenores notáveis, sobretudo na precisão com que o filme desenha a sua assimétrica família de personagens - mas com tanta vontade encaixar todas as peças do puzzle umas nas outras, perde-se o mistério que parecia estar subjacente à lição de fé, que no fim soa um bocadinho a falso.

Sugerir correcção
Comentar