Autarquia diz que poluição do rio Lis terá sido causada por aviário

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Em toda a cidade, dezenas de auto-tanques e camiões-cisternas distribuíram água à população para fins sanitários Paulo Cunha/Lusa

Os serviços de fiscalização do Ministério do Ambiente que estão a apurar as causas da poluição na nascente do rio Lis suspeitam que esta terá sido causada pelas descargas de um aviário da zona, revelou hoje o vereador do Ambiente da Câmara de Leiria.

Segundo Fernando Carvalho, as suspeitas apontam para um aviário que terá despejado, por diversas ocasiões, excrementos numa zona permeável. A chuva do início da semana transportou-os para a zona da nascente, contaminando assim a água que é captada para abastecer a cidade.

"Não há certezas, mas as matérias orgânicas detectadas indicam algo desse género", explicou Fernando Carvalho, salientando que as equipas de fiscais do Ambiente estão no terreno a apurar as causas e serão feitos autos de notícia aos eventuais poluidores.

Fernando Carvalho vai mais longe e exige que as unidades poluidoras sejam encerradas, como punição pelas descargas ilegais realizadas.

A direcção da Associação de Suinicultores do Concelho de Leiria (ASCL) criticou as declarações proferidas hoje pelo ministro do Ambiente Isaltino Morais - que apontou "culpas" às suiniculturas -, salientando, em comunicado, que "apontar à suinicultura a responsabilidade pelo sucedido revela-se um acto de total irresponsabilidade e neste momento desprovido de qualquer fundamento".

No entanto, o seu presidente, David Neves, disse que a associação está disponível para colaborar com as autoridades e, caso seja efectivamente uma unidade do género a poluir, "não existe qualquer desculpa para o crime ambiental".

A actual crise revela a necessidade de se criar um plano de reordenamento das suiniculturas e outras unidades do género de modo a minorar os prejuízos ambientais da sua laboração, defendeu.

Desde terça-feira de manhã que o abastecimento de água a Leiria foi cortado porque a água do rio apresentava elevados índices de azoto amoniacal, alegadamente causada por despejos de efluentes orgânicos na serra de Aire, onde nasce o curso de água.

Em toda a cidade, dezenas de auto-tanques e camiões-cisternas distribuíram água à população para fins sanitários.

Hoje à tarde, o abastecimento foi retomado e até ao final do dia todas as casas deverão voltar a ter água na sua canalização, informou a autarquia.

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