PCP pede demissão de Paulo Portas

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O PCP acusa Paulo Portas de ser "um fardo para o Governo" Gael Cornier/AP

O PCP quer a demissão do ministro do Estado e da Defesa, alegando que "o significado político dos factos que envolvem" Paulo Portas ao caso Moderna é "razão bastante" para que o responsável se demita do cargo ministerial.

A exigência foi feita pelo próprio secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, na conferência de imprensa para apresentação dos resultados da reunião do Comité Central do partido, que ainda decorre.

Segundo o líder comunista, Paulo Portas é "um fardo para o Governo" e "se o PSD tivesse a certeza de que a coligação [governamental] se mantinha já o tinha deixado cair".

A posição do PCP segue-se à assumida pelo secretário-geral socialista, Ferro Rodrigues, um dia depois da entrevista de Paulo Portas à TVI.

Para Ferro Rodrigues, a recusa do ministro em prestar explicações no Parlamento constitui "um desrespeito", quando há "sérios indícios da participação de Paulo Portas no esquema que visava a utilização de dinheiro de uma instituição de interesse público para proveito próprio de algumas pessoas".

O líder socialista defende que as explicações dadas por Paulo Portas em nada esclareceram os portugueses sobre a questão em causa.

"Ao recusar-se a prestar explicações no Parlamento, o dr. Paulo Portas incorre num grave desrespeito ao Parlamento e não tem, por isso quaisquer condições para exercer o cargo de ministro", sustentou ainda Ferro Rodrigues.

Ontem, o secretário-geral do PS pediu ao procurador-geral da República para avaliar a necessidade de investigar declarações de dirigentes do CDS-PP sobre a existência de interesses organizados na Defesa por detrás da "campanha" contra Paulo Portas.

Numa missiva enviada ao Presidente da República o socialista explicou as razões que levaram o seu partido a pedir a demissão de Paulo Portas. Ferro Rodrigues alertou Jorge Sampaio para "a gravidade" da conclusão do relatório da Polícia Judiciária relativo às investigações do caso Moderna, argumentando que o facto de Paulo Portas "se recusar repetidamente" a prestar esclarecimentos na Assembleia da República, "como era seu elementar dever democrático", o ministro deixa de ter condições para continuar no Governo "e deve demitir-se".

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