Radovan Karadzic, um dos homens mais procurados do mundo

As acusações são diferentes, os acusadores também, mas Radovan Karadzic não fica longe do título de "homem mais procurado do mundo", cuja lista é, indiscutivelmente, encabeçada pelo terrorista de origem saudita Osama bin Laden. Depois dos acordos de Dayton que ditaram o fim da guerra da Bósnia, este antigo líder nacionalista passou para a clandestinidade protegido por milícias paramilitares. O seu paradeiro foi frequentemente alvo de especulações. Karadzic, antigo psiquiatra no Hospital de Sarajevo, negou todas as acusações que lhe foram dirigidas pelo Tribunal Penal Internacional que considera "ilegítimo", uma atitude igual à do antigo Presidente jugoslavo Slobodan Milosevic, que está a ser julgado em Haia e com quem tinha muitas divergências. Milosevic disse recentemente em Haia que se dava mal com Karadzic por este ser de direita. "Se Haia [TPI] fosse uma verdadeira estrutura judicial eu estaria pronto para ir lá testemunhar, mas é uma estrutura judicial criada para julgar os sérvios", disse numa entrevista ao jornal britânico "Times", em Fevereiro de 1996. Karadzic nasceu numa cavalariça no Montenegro, no dia 19 de Junho de 1945. A sua mãe, Jovankas Karadzic, descreve-o como uma pessoa justa e muito empenhada no que faz. Nos tempos da escola costumava ajudar os colegas nos trabalhos de casa. Fotografias de família mostram Karadzic a tocar "guslen", um instrumento tradicional sérvio de apenas uma corda. O antigo líder sérvio bósnio, que tinha também dotes para a poesia, é casado e tem uma filha e um filho, que vive em Belgrado há vários anos. Ljiljana Karadzic é ainda a responsável da Cruz Vermelha na entidade sérvia da Bósnia, a República Srpska. Em Julho do ano passado participou nas celebrações do décimo aniversário do partido fundado pelo seu marido, o Partido Democrata Sérvio.

BBCOnline, PUBLICO.PT


Karadzic não foi encontrado após busca à sua casa (actualização)

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Foram encontrados documentos falsos na busca à casa de Karadzic Srdjan Suki/EPA

De acordo com um comunicado, durante a busca à casa de Karadzic, os soldados da Força de Estabilização da NATO (Sfor) encontraram "documentos falsos" ligados a uma rede de contrabando, bem como um "pequeno número de armas de fogo".

"O guarda da mansão esteve presente durante as buscas e foi interrogado" antes de ser libertado, precisa o comunicado da SFOR, sem precisar se estavam presentes na altura outros ocupantes da casa e se foram feitas detenções.

Os soldados da Sfor entraram de rompante na casa de Karadzic cerca das 04h00 locais (03h00 de Lisboa). A operação foi apoiada por veículos blindados e helicópteros.

O ex-líder dos sérvios da Bósnia é procurado por crimes cometidos durante a guerra da Bósnia (1992-1995), nomeadamente no cerco de Sarajevo e no massacre de 7500 muçulmanos em Srebrenica.

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