EUA acusam Coreia do Norte de ter provocado incidente naval
Num comunicado, o general Leon LaPorte, que comanda um contingente de 37 mil soldados afirmou que a "acção provocativa da Coreia do Norte representa uma grave violação do armistício e poderá trazer graves consequências em diferentes domínios", afirmou hoje, um dia depois da batalha naval que opôs navios de guerra das duas Coreias no Mar Amarelo.
O incidente fez, do lado sul-coreano, quatro mortos, um desaparecido e 19 feridos, de acordo com o último balanço fornecido por Seul.
Do lado norte-coreano, Seul - à falta de balanços precisos por parte da Coreia do Norte - avançou que pelo menos 30 marinheiros do lado norte ficaram mortos ou feridos. "O chefe da nossa formação declarou ter visto serem disparadas centenas de munições sobre o navio de patrulha norte-coreano e parece que a maior parte dos marinheiros aos comandos dos canhões do navio foram abatidos", disse o general Ahn Ki-Seok,
"Os canhões instalados nos nossos navios de guerra são muito precisos, porque são assistidos por computador, e por isso pensamos que as vítimas da Coreia do Norte poderão ultrapassar as 30 pessoas", disse à imprensa.
Este incidente, o mais grave dos últimos três anos, vem abalar a importância do armistício, assinado em 1953, entre as duas Coreias. Depois da assinatura deste documento, não foi formalizado nenhum tratado de paz.
O general LaPorte apelou ainda a que Pyongyang tudo faça para baixar a tensão que mantém com a sua vizinha do sul, nomeadamente participando em discussões militares na cidade fronteiriça de Panmunjom, único ponto de contacto na zona desmilitarizada que divide a península.
Coreia do Sul acusa EUA de incitamento à guerraPor seu lado, os media oficiais da Coreia do Norte acusam hoje a política dos Estados Unidos de estarem a colocar as relações entre os dois países - EUA e Coreia do Norte - "à beira da guerra" apesar de não se referirem ao incidente naval de ontem.
O jornal do partido comunista no poder, o "Rodong Sinmun", advertiu que o regime está prestes a contrariar "através de contra-medidas fortes" todo o ataque "preventivo" das forças americanas a partir das suas bases na Coreia do Sul.
Evocando os projectos americanos de "carácter preventivo", o jornal oficial estimou que se trata de "uma demonstração de força na península coreana e de uma tentativa extremamente perigosa de pôr as relações norte-americanas e norte-coreanas à beira da guerra".
Os Estados Unidos indicaram em fim de Abril estarem prestes a renovar o diálogo com Pyongyang, congelado depois de George W. Bush ter colocado a Coreia do Norte no elenco dos países pertencentes ao "eixo do mal", após o ataque terrorista de 11 de Setembro.