Igreja americana reconhece que deve ser mais responsável

Foto
A carta de conduta adoptada na conferência deverá ainda ser aprovada pelo Papa João Paulo II Rick Wilking/AFP

Na conferência de Dallas, que terminou anteontem, "compreendemos que devíamos ser mais responsáveis, mais transparentes, mais vigilantes", disse o bispo Gregory na estação de televisão NBC.

"Mas devemos ainda ser mais responsáveis entre nós", continuou o bispo, explicando que um dos momentos mais difíceis da conferência foi "a ira entre os bispos, suscitada pelo facto de alguns de nós terem causado uma grande tristeza".

O bispo adiantou que "a discussão sobre a forma como somos responsáveis uns com os outros vai continuar" e lembrou que o "comportamento [de um bispo] não está limitado pelas fronteiras da sua diocese".

Questionado sobre a eventual demissão de alguns bispos, Gregory respondeu que "dado a dureza do momento, alguns bispos disseram que a retirada antecipada é cada vez mais atraente. Os tempos são difíceis para os bispos dos Estados Unidos".

A Conferência Episcopal decidiu anteontem interditar aos padres pedófilos o exercício do seu ministério, sem que, no entanto, lhes seja exigido que renunciem à Igreja.

A carta de conduta adoptada deverá ainda ser aprovada pelo Papa João Paulo II.

Bispo emérito de Coimbra pede "respeito e caridade" para faltosos

Em Portugal, o bispo emérito de Coimbra, D. João Alves, condenou hoje os crimes de pedofilia praticados por sacerdotes católicos, mas pediu "respeito e caridade para com os faltosos".

"Desvios como estes (...) são uma humilhação e provação para toda a Igreja, que as deve sofrer com humildade e em profunda meditação à luz da palavra de Deus", afirma o prelado, numa página de opinião que publica aos domingos no "Diário de Coimbra".

"Sendo as crianças (...) a alegria do mundo, é um horrendo crime perturbar ou matar essa serenidade e alegria por condutas de adultos tresloucados e criminosos", sublinha.

Contudo, para D. João Alves, "não são apenas alguns eclesiásticos ou religiosos que têm de reconhecer os seus pecados: as outras ’classes’ da sociedade, infelizmente, têm casos destes também a reprovar", o que "não conforta nada a Igreja, antes a martiriza".