Autódromo do Estoril nas mãos do Estado
Segundo o acordo feito entre as duas entidades, resta agora ao grupo Grão-Pará o pagamento de uma dívida de cerca de 997 mil euros, a efectuar em três anos, tal como consta da comunicação divulgada pelo grupo no relatório e contas relativo ao primeiro semestre de 2001.
A Caixa Geral de Depósitos não fez qualquer comentário sobre este acordo, salientando que se trata de "sigilo bancário". Do grupo Grão-Pará, Abel Pinheiro, quando contactado pelo PÚBLICO, declarou-se surpreendido com o interesse jornalístico ontem surgido em relação a este assunto, recordando que as contas da Grão-Pará relativas ao primeiro semestre de 2001 explicavam o acordo com a CGD e que há dois meses o grupo "comunicou um facto relevante ao mercado de capitais e publicou anúncios nos jornais". Explicou que o que sucedeu ontem foi "a formalização deste acordo", dia a partir do qual "o Estado, directa e indirectamente, é proprietário da totalidade do capital social das empresas detentoras do Autódromo Fernanda Pires da Silva, das pistas e das bancadas. Os terrenos contíguos continuam a ser da Grão-Pará", que submeteu já às entidades responsáveis pedidos de emissão de licenças de construção.
Recorde-se que a empresa proprietária do Autódromo, a Sociedade Gestora do Autódromo (SGA), era já constituída em 51 por cento do seu capital social pelo Estado, e nos restantes 49 por cento pela Autodril, uma empresa do grupo Grão-Pará.
A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, ao final do dia, estava a tentar confirmar a informação junto da empresa, mas sem sucesso. A porta-voz do Ministério da Economia não tinha, ontem, nenhuma informação a transmitir sobre este assunto. Igualmente, fonte das Finanças disse ao PÚBLICO que o seu ministério não tinha conhecimento do acordo, nem tinha tido qualquer intervenção no "dossier".