Médicos sauditas realizaram primeiro transplante de útero

Uma equipa médica do Hospital Rei Fahad, em Jeddah, na Arábia Saudita, realizou há dois anos um transplante do útero, uma operação pioneira, revela hoje a revista "International Journal of Gynaecology and Obstetrics".

A paciente, de 26 anos, foi operada há dois anos com sucesso, apesar de 99 dias depois o útero ter sido removido porque surgiram complicações relacionadas com coágulos no sangue.

O médico Wafa Fageeh, que liderou a equipa, explica que a técnica usada no hospital de Jeddah pode ser um tratamento útil no futuro para dezenas de milhares de mulheres com problemas de infertilidade. "Mais ensaios clínicos e o desenvolvimento das técnicas cirúrgicas podem tornar o transplante uterino útil no tratamento da infertilidade, especialmente em comunidades em que o conceito de 'barriga de aluguer' é inaceitável de um ponto de vista religioso ou ético", postula Fageeh.

Se, por um lado, a comunidade médica recebeu com agrado a novidade, um perito britânico em fertilidade, Robert Winston, tem uma opinião diferente. Em declarações à Radio BBC, Winston questiona a validade da operação, descrevendo-a como um total falhanço e um perigo: "A coagulação do sangue é exactamente o que se devia esperar e é o que aconteceu em todas as experiências em animais".

A paciente recebeu o útero de uma mulher 20 anos mais velha, que na sequência de uma cesariana teve uma forte hemorragia e teve de ficar sem o órgão. Segundo o responsável pela cirurgia, o útero transplantado reagiu bem e a mulher que o recebeu chegou a ter duas menstruações normais antes de lhe ser retirado o órgão.

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