191 mortos em confrontos religiosos na Índia

Foto
Esta manhã o Exército chegou a Ahmedabad para controlar a situação Sebastian D'Souza/AFP

O estado indiano de Gujarat vive dias sangrentos, com a tensão religiosa entre hindus e muçulmanos a crescer após a morte de 58 hindus num incêndio que terá sido ateado por muçulmanos. Os conflitos nas ruas já mataram 191 pessoas em dois dias.

Estes são os números negros da violência religiosa da última década, ao longo da qual morreram três mil indianos. A fúria centra-se na antiga mesquita de Ayodhya, destruída há dez anos por hindus. Os extremistas hindus começaram a construir um templo no mesmo local, o que levou ao alegado incêndio de várias carruagens de um comboio que transportava hindus - homens, mulheres e crianças - do local das obras, Godhra, para casa.

A povoação de Godhra, de onde partiria o comboio que ardeu, é neste momento o olho da tempestade, juntamente com a principal cidade do estado, Ahmedabad, onde esta manhã o fumo ainda subia no ar e as brasas ainda estavam acesas entre os escombros.

Esta manhã o Exército chegou a Ahmedabad para controlar a situação, estimou o secretário da Administração Interna do estado de Gujarat, Ashok Narayan, à Reuters. Hoje poderá ser um dia calmo também porque sendo sexta-feira, é dia santo para os muçulmanos, que estão reunidos nas mesquitas a rezar.

Segundo o secretário do Departamento do Interior, K. Nityanandam, 133 pessoas morreram nos motins de ontem, o que somando às vítimas do dia anterior resulta nas 191 vítimas da violência religiosa no estado.

A noite foi de conflitos esporádicos porque em algumas zonas foi imposto o recolher obrigatório. Ontem, multidões descontroladas violaram o recolher obrigatório e apunhalaram ou imolaram pelo fogo os muçulmanos que encontravam, ateando fogos nas estradas e gerando cada vez mais medo.

Sugerir correcção
Comentar