Morreu o dirigente comunista Carlos Aboim Inglez

O dirigente do PCP Carlos Aboim Inglez morreu hoje em Lisboa, aos 71 anos de idade, disse à Lusa uma fonte do partido comunista.

Carlos Aboim Inglez nasceu em 1930, em Lisboa. Membro do PCP desde 1946 e funcionário do partido desde 1953, Aboim Inglez era membro do Comité Central, da Comissão Central de Controlo, da Secção Internacional e entre 1968 e 1975 desempenhou tarefas na área das relações internacionais do partido. Foi deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu.

Preso por diversas vezes pela PIDE, a primeira em 1949 e a última em 1959, passou 10 anos nas cadeias, tendo sido libertado em 1967.Em Dezembro do ano passado Aboim Inglez protagonizou uma acesa discussão com o renovador João Amaral, ao questionar a validade da visita do Dalai Lama a Portugal.

A polémica começou num artigo escrito por Aboim Inglez no jornal "Avante!", intitulado "Tibete a 'Causa' e as causas", onde escreveu: "Tivemos entre nós, uma semana, o sr. Kenzin Gyatso, mais conhecido pelo título do 14º Dalai Lama, numa das suas constantes itinerâncias pelo mundo, na condição de cabecilha do que resta da clique reaccionária e retrógrada tibetana, conluiada com o imperialismo para atacar a China pela via da mentira e do separatismo."

Em resposta, num artigo publicado no portal netpaque.pt, intitulado "Bem-vindo Dalai Lama", João Amaral defendeu que o prémio Nobel da Paz é o líder da religião, mas não só: "Como chefe político, ele corporiza aspirações de maior autonomia. É prémio Nobel da Paz. Tem feito evoluir as concepções quanto ao sistema de governo, defendendo alguma separação dos poderes religioso e civil (a um nível ainda assim muito distante dos nossos padrões). É um apologista da tolerância e harmonia, e, na lógica do budismo, defende os Direitos Humanos."

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