Efluentes suinícolas estarão na origem da poluição no rio Lis

As águas do rio Lis apareceram hoje escuras e libertando um cheiro intenso. Na confluência da ribeira do Sirol e do rio Lis, os fiscais da Direcção Regional do Ambiente do Centro (DRAC) encontraram peixes mortos devido a poluição orgânica. A causa poderá ser o despejo de efluentes suinícolas perto da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Raposeira, admite a DRAC.

Segundo fonte dos serviços de fiscalização da DRAC, os "indícios" apontam para uma "descarga considerável" de efluentes orgânicos provenientes de suiniculturas perto da ETAR da Raposeira, propriedade da Associação de Suinicultores do Concelho de Leiria.

A fiscalização registou vestígios de poluição perto da ETAR, infra-estrutura que já terá sido responsável por outras descargas, causadas por deficiências no equipamento.

Confrontado pela Lusa, David Neves, presidente da associação de suinicultores, afirmou que a ETAR, situada a uma dezena de quilómetros da cidade, tem estado a fazer pequenas descargas sucessivas, mas a poluição sentida hoje no rio "é demasiado grande para que seja essa a origem".

Segundo este responsável, a ETAR está tecnologicamente ultrapassada e deverá ser substituída dentro de três anos por novas infra-estruturas a construir no âmbito do projecto de recuperação do vale do Lis.

"Desta vez, não acredito que a culpa seja da ETAR", afirmou David Neves, que criticou os atrasos no processo das obras de saneamento, promovidas pela empresa multimunicipal SIMLIS.

No seu entender, a associação não está vocacionada para a gestão deste tipo de equipamentos, pelo que considera urgente a transferência de competências para futuras unidades de tratamento dos efluentes das suiniculturas.

Sugerir correcção
Comentar