Detidos dois albaneses suspeitos de crimes de guerra no Kosovo

"A polícia da ONU e a Kfor detiveram dois homens suspeitos de terem violado o artigo 142 do código criminal jugoslavo sobre crimes de guerra contra a população civil. As vítimas de todos os incidentes ligados a estas acusações são civis albaneses", afirmou à AFP Andrea Angeli, porta-voz da Missão Internacional das Nações Unidas no Kosovo (MINUK).Segundo as Nações Unidas, na altura em que os crimes foram cometidos - entre Setembro de 1998 e Junho de 1999 - os suspeitos eram membros da Polícia Militar dos rebeldes albaneses do Exército de Libertação do Kosovo (UÇK). "Os acusados são suspeitos de terem cometido uma série de raptos, de ataques físicos e, em alguns casos, assassinatos. Eles eram operacionais na região de Podujevo", 40 quilómetros a Norte de Pristina, a capital da província independentista sérvia de maioria albanesa. "As vítimas eram civis que não apoiavam a política do UÇK", acrescentaram fontes da ONU que recusaram ser identificadas.
Os suspeitos, cujas identidade não foi divulgada, foram detidos durante uma busca da polícia da ONU e de elementos da Kfor nos escritórios de uma agência de serviços secretos do Kosovo, um organismo que não é reconhecido pela comunidade internacional.
Testemunhas revelaram ter visto esta manhã polícias da ONU, envergando camuflados, entrar no escritório da agência que empregava os dois suspeitos. "As detenções ligadas aos crimes não são dirigidas contra a organização ligada aos suspeitos para a qual eles trabalhavam", assegurou a porta-voz da ONU. As casas dos dois homens foram iguamente revestidas pela polícia.
Os separatistas albaneses do UÇK, que entre 1998 e 1999 estiveram envolvidos em confrontos com as forças federais jugoslavas pela independência do Kosovo, atacavam com alguma regularidade civis albaneses da província que permaneciam leais a Belgrado.

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