Responsável da Al-Qaeda na Europa entre prisioneiros entregues pela Bósnia

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Mário Cameira /PUBLICO.PT

De acordo com o diário nova-iorquino, o homem foi identificado como sendo Bensayah Belkacem, de 41 anos, pensando-se que poderá ser natural da Argélia ou do Iémen e mais tarde adquirido a nacionalidade bósnia.Após os atentados de 11 de Setembro, Belkacem terá sido encarregado de realizar outros ataques contra interesses norte-americanos na região dos Balcãs.
Os investigadores citados pelo jornal referem ter interceptado durante o Outono do ano passado várias conversas telefónicas entre o bósnio e dirigentes da Al-Qaeda no Afeganistão, nomeadamente com Abu Zubaydah, considerado pelos serviços secretos ocidentais como o "chefe de operações" da rede terrorista de Osama bin Laden e o mais indicado dos seus colaboradores para liderar o grupo no caso de uma eventual captura do milionário saudita.

Investigadores procuram pistas do Carteiro

Segundo as fontes citadas pelo jornal, os investigadores militares e do FBI estão particularmente interessados em interrogar Belkacem sobre o passado e os eventuais esconderijos de Zubaydah, um palestiniano nascido na Arábia Saudita na década de 1930 que se pensa terá coordenado grande parte dos ataques terroristas planeados por Bin Laden.De acordo com investigações norte-americanas, Zubaydah terá estado envolvido no atentado contra o "USS Cole" em Outubro de 2000, quando o navio dos EUA se encontrava parado para reabastecimento no porto de Áden, no qual morreram 17 marinheiros norte-americanos. Alcunhado de "carteiro" pelos membros da Al-Qaeda já que a ele competiria receber as ordens de Bin Laden e garantir que estas seriam cumpridas, Zubaydah foi identificado no mês passado pelo Presidente norte-americano, George W. Bush, quando este apresentou uma lista de líderes da Al-Qaeda perseguidos pelos EUA.

Criticada entrega de prisioneiros aos EUA

De acordo com o diário, os outros cinco suspeitos entregues pelas autoridades de Sarajevo são todos originários da Argélia e todos, à excepção de um, adquiriram nacionalidade bósnia. Os seis homens foram detidos pela polícia da entidade croato-muçulmana da Federação Bósnia, acusados de terem conspirado para realizar atentados contra interesses norte-americanos no país. As ameaças foram consideradas suficientemente credíveis para obrigar ao encerramento da embaixada norte-americana em Sarajevo durante cinco dias.
O Governo bósnio aceitou entregar os seis suspeitos depois do Supremo Tribunal do país ter decidido não existirem provas suficientes para os manter detidos na Bósnia.
A entrega dos detidos foi considerada ilegal por vários grupos de defesa dos direitos humanos e por funcionários das Nações Unidas. No entanto, o Governo bósnio defendeu a sua decisão fazendo notar que os cinco suspeitos portadores de passaporte bósnio perderam a nacionalidade bósnia antes de serem entregues as EUA, pelo que não estão abrangidos pelos direitos concedidos aos cidadãos nacionais.
Os seis detidos foram transferidos para a Base Naval norte-americana da Baía de Guantanamo, em Cuba, onde no total se encontram já detidos 158 prisioneiros, alegadamente antigos combatentes taliban e da Al-Qaeda.

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