BCP ultima compra da corretora CIP Brokers
Na origem desta corretora esteve um grupo de personalidades ligadas ao meio político, como Gomes Mota e Cunha Rego, já falecidos, e Álvaro Dâmaso, antigo presidente da Bolsa de Valores de Lisboa (BVLP). Mas, no mercado, a CIP começou por ser associada ao nome da ex-corretora Judite Correia que, no entanto, nunca terá tido uma ligação formal à estrutura accionista, bem como a José Félix.
Com esta aquisição, o grupo de Jardim Gonçalves, que controla a maior corretora nacional, a BCP Dealer - que absorveu recentemente a Mello Valores - reforça, ainda que muito ligeiramente a sua quota de mercado. O interesse maior na corretora explicar-se-á pelo reforço na participação no Euronext, por via das acções que a empresa detém na BVLP. Em 2000, a CIP Brokers ocupa a décima nona posição no "ranking" da corretagem, liderado pela BCP Dealer, com uma quota de mercado de cerca de 30 por cento. A CIP Brokers tem vindo a perder quota de mercado, a que não é alheio a migração de quadros para o grupo Espírito Santo, de onde, aliás, tinham partido recentemente.
A aquisição da corretora acontece numa altura de fusão da bolsa de Lisboa com o Euronext. A CIP detém uma participação de cerca de 2,21 por cento da BVLP - avaliada em 2,8 milhões de euros (valor das acções mais prémio em dinheiro) -, que permite o reforço do BCP naquela plataforma que junta Paris, Bruxelas e Amesterdão. O processo de concentração do mercado de corretagem em Portugal deverá conhecer uma aceleração no curto-médio prazo, desaparecendo as sociedades mais pequenas.