Robinson defende que taliban detidos em Guantanamo são prisioneiros de guerra

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Os prisioneiros foram algemados e os seus olhos tapados durante o voo do Afeganistão até Guantanamo Tim Chapman/AFP

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, defendeu hoje que os 50 taliban e membros da Al-Qaeda detidos em Guantanamo, base militar dos EUA em Cuba, são prisioneiros de guerra e estão, por isso, sob protecção da lei internacional.

Segundo Robinson, a maioria dos peritos legais discorda do ponto de vista de Washington, segundo o qual os detidos eram combatentes ilegais e, portanto, não estão protegidos pela Convenção de Genebra sobre os direitos dos prisioneiros. "A situação é complexa, mas a opinião legal aponta para que os detidos tenham sido combatentes num conflito internacional", cujo estatuto está definido e protegido pela Convenção de Genebra, afirmou a comissária. "As regras não mudam e são cada vez mais importantes", comentou, citado pela AFP.
De qualquer forma, quando existem dúvidas quanto ao estatuto dos detidos, o caso deve ser decidido em tribunal, segundo estabelece a mesma convenção, recordou Robinson, citada pela Reuters.
Os grupos de defesa dos direitos humanos já manifestaram a sua indignação com o facto de os prisioneiros terem sido algemados e os seus olhos tapados durante o voo do Afeganistão até Guantanamo, onde foram fechados em jaulas ao ar livre. Robinson revelou-se ainda preocupada com as condições de detenção dos prisioneiros, "estando à procura de mais informações" e mantendo contacto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch.
Apesar de Washington defender que os prisioneiros não têm o direito de serem tratados segundo a convenção, garante que estão a ser tratados humanamente.

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